UMA BELA ESTRANGEIRA

UMA BELA ESTRANGEIRA

Impossível dizer que existe mulher feia, (depende muito do gosto de cada um), mas tem algumas que se destacam em beleza. Nos idos dos meus 17/18 anos, conheci uma mulher que posso sem medo de errar, dizer que é uma das mais lindas que eu já vi. Eu trabalhava naquela época em uma agência de vendas de passagens e despachos de encomendas. Estava sendo construído um estaleiro num recanto da cidade para onde ainda não havia estrada. Só havia uma lancha indo pela manhã e voltando à tardinha, conduzindo os trabalhadores. O estaleiro era administrado por holandeses. Eis que surge diante de mim uma mulher extremamente bela em sua pele morena, embora fosse holandesa. Não falava nadinha de português nem eu falava outro idioma. Muito tempo ficamos tentando um diálogo, e ficaríamos ainda mais, levando-se em conta a minha juventude e a beleza dela. Tive uma idéia: começamos a desenhar. Num dado momento entendi que ela queria ir ao estaleiro e estava procurando condução, então, desenhei um barquinho, em seguida um relógio com a hora da saída do barco, ela entendeu, sorriu, mas mostrou-se preocupada em procurar um local adequado para ficar, então eu a encaminhei a um hotel cujos proprietários eram estrangeiros. Para não dizer que perdi aquela visão extraordinária, ela passou a freqüentar a agência, para despachar encomendas do estaleiro para o Rio de Janeiro. Chegava, sorria, já com tudo determinado, sem nenhum problema de comunicação. Depois nunca mais a vi (e nem esqueci). Acredito que ela também não. Pena que era muita farinha para a minha farofa.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 09/01/2010
Código do texto: T2019251
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