Um Argentino em Apuros

Saiu para meu exercício diário e no meio do caminho sou parado por um homem de mais ou menos 50 anos, grisalho, que me interpela e diz: entende espanhol. Olho bem para seu rosto e digo que sim e ele continua.

Como estava em minha caminhada, estava de shorts e uma camiseta do meu time do coração: palmeiras.

Ele então me diz, sou argentino, pensei, que merda, mas no mesmo instante ele se redimiu e disse também ser palmeirense.

Não sabia o que pensar, se ele era um vigarista esperto e de pensamento rápido ou tão somente um argentino.

Ainda esperava o que ele tinha para me hablar e disse que estava à procura de emprego e precisava de dinheiro para ir até a lapa, estávamos na vila mariana.

Salientei ao argentino-palmeirense que naquele instante não portava nenhum dinheiro, pois não costumo sair para fazer exercícios com dinheiro no bolso.

Não era nenhum tipo de preconceito para com argentinos e principalmente argentina, pois amo Bueno Aires, apesar de Carlos Saúl Menem e Nestor e Cristina Kirchner, lá tem o que mais amo, na literatura Jorge Luis Borges, um dos maiores de todos os tempos, e também o melhor cinema das Américas: veja nove rainhas de Fabian Bielinsky e Cinzas do Paraíso de Marcelo Piñeyro para se ter uma idéia.

Porém não podia ajudar aquele senhor argentino, mas ele pediu-me algo que nunca recuso, me disse estar com fome, o que fez surgir imediatamente em meu bolso uma nota de dez reais.

Chamei-o para irmos até uma padaria que avistei do outro lado da rua para pagar-lhe um lanche e uma bebida. Chegando à padaria pedi um lanche e um guaraná, mas o argentino disse que não queria refrigerante, preferiria uma cerveja.

Olhei fundos em “su oros” e lhe disse: “tu és un maricon, filho de uma puta mãe argentina seu Maradona de mierda”. Hasta La vista Baby.