A INQUISIÇÃO FOI EM NOME DE DEUS?

A Inquisição teve inicio em pleno tumulto da Idade Média por um decreto papal que oficializava a lei do Vaticano.

Nos cinco séculos seguintes essa temível instituição continuaria consumindo o que ela julgava como inimigos da igreja, heréticos ou feiticeiros às centenas de milhares.

E quem eram os réus? Evidentemente os reformistas que diziam que para encontrar Deus não seria necessário um templo de pedras, muito menos a pompa Imperial da Igreja.

Sob tortura as vítimas confessavam coisas absurdas; os que tivessem sorte seriam mortos e os azarados, queimados vivos e em fogueira de madeira verde para que a agonia se prolongasse.

Sorrir era proibido! O tom sério afirmou-se como a única forma de expressar a verdade e tudo que era importante e bom. O riso, por sua vez, era visto como pecado. O riso foi declarado como uma emanação do diabo. O cristão deveria conservar a seriedade sempre, para demonstrar seu arrependimento e a dor que sentia na expiação dos seus pecados.

Os métodos para se extrair confissões eram horripilantes, as pessoas não tinham benefício de um júri e também não tinham permissão de confrontar seus acusadores, aliás, nem chegavam, a saber, a identidade de seus delatores. As confissões eram extraídas de todas as maneiras possíveis.

O prisioneiro, com as mãos amarradas para trás, era levantado por uma corda que passava por uma roldana, e guindado até o alto do patíbulo ou do teto da câmara de tortura, em seguida, deixava-se cair o indivíduo e travava-se o aparelho ao chegar o seu corpo a poucas polegadas do solo. Repetia-se isso várias vezes. Havia também a tortura pelo fogo. Colocavam-se os pés da vítima sobre carvão em brasa e espalhava-se por cima uma camada de graxa, a fim de que este combustível estalasse ao contato com o fogo.

A arrogância clerical e os abusos de uma igreja corrupta se tornavam cada vez mais insuportáveis. No início do século XIII, o próprio Papa afirmava que os seus respeitados sacerdotes eram “piores que animais refocilando-se em seu próprio excremento”.

Um dos mais temíveis representantes da Inquisição foi Tomás de Torquemada, um frade dominicano espanhol. Nomeado como inquisidor pelo papa Inocêncio VIII e prestigiado pela rainha Isabel de Castela, este clérigo promoveu uma feroz caçada contra bígamos, agiotas, judeus, homossexuais, bruxas e hereges. A sua fama de terrível torturador percorreu os quatro cantos da Espanha assombrando a todos.

Podemos entender o mundo em que surgiu e progrediu a Inquisição, mas nunca justificá-la. Ela afrontou a Deus, foi um atentado à dignidade humana, um atentado às convicções religiosas das pessoas, como se os hereges estivessem na heresia por divertimento. Não se pode anunciar ou defender a fé cristã com métodos de tortura.

A Inquisição foi possível porque deram mais importância ao Direito Canônico, à unidade da Igreja e do Estado do que aos mandamentos religiosos.

A inquisição não foi em nome de Deus!