A FELICIDADE DO CONSUMO

Assisti ao filme de curta metragem intitulado História das Coisas e por meio dele tomei conhecimento do pronunciamento do Presidente dos Estados Unidos da América George Bush quando do terrível episódio da derrubada das torres gêmeas em NY. Nele, recomendou ao povo o consumo como remédio para a cura do impacto emocional. Foi algo inusitado ouvir o que nos pareceu muito mais um deboche do que o gesto de carinho que a nação norte americana precisava naquele momento.

Vivemos numa terrível sociedade de consumo onde valem mais os valores do “ter” do que os valores do “ser”. Serei poderoso se possuir riquezas e status, mas se nada disso tenho, embora tenha conhecimento, educação e cultura, valores abstratos, nada represento.

Sofremos também, uma imensa inversão de valores que nos conduz pelos caminhos da obsolescência dos costumes e tradições populares motivados pela invasão de culturas estrangeiras procurando espaços em nossa juventude. Já não basta a nossa colonização ter sido tão atribulada e repleta de disputas e apoderações, ainda precisamos lutar hoje contra os poderosos do consumo mundial. Precisamos começar logo, antes que seja tarde.

Quando o “ser” superar o”ter”, embora isto seja quase uma utopia, o mundo deixará o consumismo e as pessoas serão mais felizes com valores abstratos, e serão reconhecidas por seu conhecimento, sua cultura e aprimoramento intelectual.

Talvez não se possa generalizar esta visão, mas, fico acreditando que ela é verdadeira pois acompanhei pelo noticiário o movimento no comércio de produtos da “linha branca” que esteve com redução de IPI até este final de semana (31 de janeiro) e constatei a felicidade das pessoas que puderam comprar o eletrodoméstico dos seus sonhos. Ouvi diretamente de um comprador em determinada loja quando perguntado sobre a compra que fez de um refrigerador: - Estou muito feliz!

Comprar, sempre comprar, isso dá status... Todos os problemas acabaram!

Nada melhor que isto para deixar de lado qualquer outra preocupação por maior que ela seja.