PORTÃO

Poderia ter me conhecido em anos atrás como descreveu

Poderia ter ao menos a capacidade de me adicionar em sua vida

Entre as carruagens na selva, diante de ti, não fui nada.

Fui lixo jogado ao vento, meus sentimentos colocados a 1,99.

Gosto de abrir batalhas contra demônios, mas fecho os olhos, ouvidos, bocas quando aparece um anjo.

Habito almas que não me querem e vejo o passado, descrevo.

Temos galinha colonial

Coca-cola

A calçada esburacada

Grades soltas

Muros sem pintura

Um trator passa

Um carro ultrapassa

Penso em como poderia ter sido eu diferente

Percorro as fotografias e vejo nexo do desencontro chegando, dia após dia.

Sou normal também, naquelas... Mato, chá, cachoeira, sujeira, barro, roupa molhada, olhar vago... Sou feliz? Apenas reciclável

Tenho tios, sobrinhos, primos... família

Tenho cabeça, mãos, olhos, cabelos, pés e ando...

Entrando e saindo tanto quanto...

Tenho orgulho de ser indesejável

Vale uma oração

Vale uma refeição

Vale um susto

Vale que vale

Valeu? Perdeu?

Tento riscar o papel e a criatividade não chega... Indesejável de novo

Fico tardes aqui sem fazer nada, sem querer nada a não ser a escrita para o futuro.

Vou redigir iludir, confundir, partir, ir.....................

Quero minha face dupla igual a sua no espelho, vou indo em busca......

Você pode me puxar de volta? Em anos atrás?

Fui direta e rejeitada, orgulho indesejável meu, que saco.......

Nunca serviria teu tênis, tenho foto igual da nuvem

Não sei quanto é o peso

O portão abriu, a Jú chegou....

Fim.....

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FLORA DO AR
Enviado por FLORA DO AR em 01/08/2006
Código do texto: T206693