Somos Felizes e não sabemos

Estou lutando, nos últimos meses, contra uma enfermidade. Depois de uma infinidade de exames e radiografias, tive de realizar uma biópsia, que graças a Deus, não encontrou nada maligno.

Devido a essa enfermidade tive de usar uma sonda, que me deixou muito revoltado, pois jamais pensei ter de me afastar de minhas atividades normais por causa de algo muito necessário, mas constrangedor. Não me conformava.

Um dia, eu voltava para casa no ônibus do bairro e o coletivo parou no sinal, nas imediações do Mercado Municipal. Olhando pela janela eu vi um senhor deitado à sombra de um coqueirinho, que me dirigia um olhar vazio, de tristeza, sem esperança.

Eu deduzi que ele deveria ter aproximadamente a minha idade, 75 anos. Estava com roupas surradas e um pouco sujas. Talvez não tivesse comido nada até àquela hora, 15 horas, sem família, nem lugar para onde ir. Deveria ter problemas de saúde, sem nada para socorrê-lo.

Ai eu percebi o quanto eu tinha mais do que ele: Tinha uma casa para onde voltar, uma família que estava me apoiando em todos os momentos, muitos amigos sinceros oferecendo ajuda, e o meu filho Luciano Fernando, me dando a sua atenção, com muito amor.

Hoje estou me recuperando da cirurgia a qual fui submetido, e com esperanças de muito em breve voltar ás minhas atividades normais.

Mas Deus me mostrou que alguém sofria mais do que eu e daquele dia em diante me enchi de esperanças. Sempre que posso levo um pensamento ao alto e peço a Deus e aos nossos irmãos mais elevados, ajuda para todos nós, sem nunca esquecer daquele irmão que eu vi deitado à sombra daquela arvore, e de muitos iguais a ele.

A felicidade está sempre ao nosso alcance. Basta que olhemos para trás, e vamos ver que ela esteve sempre perto de nós.

Laércio
Enviado por Laércio em 16/02/2010
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