O que dizer de um coração duro?

Na verdade eu ainda não sei direito o que estou querendo falar, mas mesmo assim sinto que devo dizer algo. O fato de ninguém estar ouvindo nunca me incomodou. Tenho sido um pouco louca ultimamente, e a vantagem de ser louca é que podemos fazer coisas sem nos preocupar com os outros. Mas eu odeio isso de às vezes parecer que devo uma explicação de coisas que simplesmente não consigo explicar. E eu descobri que tomar certas atitudes pode lhe causar sérios danos quando as pessoas não procuram te entender. Estou chamando de atitude àquilo que acontece quando a gente decide uma coisa, toma como nossa verdade e vai em frente! E estes últimos dias tem sido de atitude. Pus em prática várias coisas que eu já tinha entendido e decidido, mas ainda estavam à deriva na minha cabeça.

Mas percebi que tenho um medo maior do que pensava. E eu não quero acreditar que meus amigos tenham me condenado. Amigos de fato, não condenam e essa hora da verdade sempre me causa certa dor. Mas confesso que algumas das minhas expectativas foram correspondidas. Outras superadas, eu diria. Frustrações? Sim, porque eu costumo superestimar algumas das minhas atitudes. No mais eu chamaria de apenas constatações.

Mesmo com tudo isso, percebo que ando mais generosa. Comigo e com os outros. Perdoando mais e mais rápido. Talvez porque ando me importando menos com o “achismo” dos outros a meu respeito. Ando me importando menos com o que não deu pra fazer ou com o que gostaria de fazer, mas não tenho condições - e me concentrando em fazer tudo o que posso com o que tenho - agora. E estou me educando pra entender que outras pessoas também fazem isso. Não todas, mas algumas, e são essas que eu estou conseguindo perdoar...

- Até quando manterá seu coração duro minha filha?

- Até quando eu achar necessário pai.

- Rs! Só me prometa que não vai mais necessitar daquelas injeções de “juízo”.

- Só quero não ter que prometer mais nada. Mas fique tranqüilo quanto a isso... Eu acho que não quero ter tanto juízo assim. Rs.

Não se engane: eu continuo confusa!

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 18/02/2010
Código do texto: T2093734
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