ANALISANDO O POEMA - AI, QUEM ME DERA E RESGATANDO A MINHA CRIANÇA

Escrevi o poema, AI, QUEM ME DERA, ha dez dias. Foi um desabafo do meu coração, antes de passar a semana do carnaval numa Comunidade Católica, no Interior de S.Paulo, fazendo um Tratamento de Terapia de Abordagem do Inconsciente.

Hoje, dez dias depois, assustei-me relendo este poema, e percebendo que todas as expressões que usei nele, foram a minha criança pedindo liberdade, pedindo alegria, colo e amor.

Nada disto havia percebido há dez dias, e nem tinha idéia de que, trazer de volta a minha criança, entender sua forma de sentir, entender seus medos e inseguranças, entender suas feridas e suas mágoas, fariam com que eu entendesse agora o adulto que sofria, que se sentia abandonado, que pedia liberdade, colo e amor, que pensava não ter recebido na infância.

As rejeições que a minha criança interpretou, e que viviam sangrando, hoje estão com as feridas fechadas.

Antes, bastava pensar nelas e as lágrimas vinham. Era como se eu colocasse novamente o dedo numa ferida e lhe tirasse a casca protetora, todas as vezes em que pensava. As lágrimas eram a dor que eu sentia desde a infância e se refletiam agora em constantes dores nos joelhos, nos ombros, nos braços, na cabeça e na coluna.

Lá na Comunidade Pietá, encontrei a minha criança triste e a resgatei. Encontrei a minha criança reprimida e a soltei para a vida. Encontrei a criança que amava desesperadamente, mas que não se sentia amada, que chorava a cada gesto em que se sentia rejeitada e não entendia por que isto acontecia. Encontrei a criança que se sentia impossibilitada e frustrada por dar tanto e não receber nunca, por estar sempre decepcionada com todos os que diziam amá-la, e que se sentiam no direito de depois, sem nenhuma razão, apenas se calarem e a deixarem a um canto sozinha, de castigo, chorando, como aquela criança que era obrigada a ficar de joelhos a um canto, quando a mãe e o pai lhe batiam, quando fazia alguma coisa considerada errada para os adultos.

Esta criança que não entendia a cabeça daqueles adultos que também carregavam as dores das suas crianças feridas e as devolviam em forma de agressividade à outra criança indefesa, que não tinha força para impor suas vontades e fazer a outra criança parar.

Hoje percebo que todas as vezes em que pedi colo e amor, era minha criança que não teve carinho e se sentia rejeitada.

Hoje percebo que aquela criança cresceu e pode readquirir a liberdade, o amor, o colo, a alegria, e viver como Cristo disse:- "Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude".

Reconciliando-me com a minha criança na Terapia do Inconsciente entendi por que tive e tenho tanta fé. Jesus sempre esteve olhando aquela criança, cuidando dela, observando e muitas vezes chorou por ver a tristeza que carregava, mas esteve sempre ao lado dela. Ele foi o amor que ela tentava dar, que desesperadamente entregava com um coração puro, mas que o mundo rejeitava.

Hoje este amor já não se desespera. Ele apenas encontrou a criança e entendeu que ela havia sido amada, mas que não havia entendido o tipo de amor que recebia.

Hoje ela está resgatada e feliz, e pode pular como as águas do rio, pelas pedras e vales sombrios, pode amar e receber amor, como Cristo nos deu, e entende que aquela criança que precisava de colo e de amor, ainda precisa deles, mas de uma forma não desesperada. Apenas como forma ser feliz, de realizar-se e viver plenamente, equilibrada e segura.

OBRIGADA, JESUS, POR TER PERMITIDO A ESTA FILHA CURAR-SE DAS SUAS EMOÇÕES REPRIMIDAS, DA SUAS DORES SINTOMÁTICAS E DEIXÁ-LA LIVRE PARA VIVER PLENAMENTE. OBRIGADA MINHA IRMÃ CÉLIA E MEU CUNHADO ANTUNES, POR TODA A DIDICAÇÃO E AJUDA E OBRIGADA MEMBROS DA COMUNIDADE PIETÁ DE CÂNDIDO MOTA, PELO CARINHO, DEDICAÇÃO E AMOR AO PRÓXIMO QUE DEUS LHES DÁ, ATENDENDO A TANTAS PESSOAS QUE ESTÃO NECESSITADAS DESTE RESGATE PARA ENCONTRAREM A FELICIDADE. BEIJOS A TODOS.

NEUZA MARIA SPINOLA

21/02/2010

ESTE TEXTO É UM DOS MAIS COMENTADOS NA MINHA PÁGINA DO SPACES. O POEMA ESTÁ NO ENDEREÇO ABAIXO

http://spinolapoesias.spaces.live.com (entre em arquivos, do lado esquerdo, no mês de fevereiro, e desçam a página até encontrar o tópico. )