AFINIDADE

A física denominou que os opostos se atraem e que os iguais se repelem, parece muito fácil determinar as relações humanas com uma simples lei física. (Quando menciono essa igualdade ou não, me refiro a esfera da personalidade).

Embora muito do que vivemos está em torno dos sinais corporais e por assim dizer, dos traços facilmente cronometrados pelo organismo, pelo cérebro. Chego à conclusão que a física sozinha não pode denominar algo tão complexo como as relações humanas com uma única lei.

É certo que não podemos esperar muita criatividade, de quem denominamos de igual. Não temos grandes surpresas de personalidades e mentes parecidas as nossas.

Comportamentos sincronizados não são valorizados no mundo tão eclético, se fosse para não ter conflitos o ideal seria uma boneca inflável.

Se a falta de conflitos é como uma boa comida sem tempero, o excesso de conflitos pode amargar qualquer relação.

Os opostos podem até se atraírem, mas uma rede demasiada de conflitos gera amarguras que ferem até os mais apaixonados.

Então qual a medida certa para uma boa relação?

A verdade é a mais obvia, não existe medida!

O que existe é a vontade de equilibrar a vida com muita razão e emoção. Que não sejamos nem sal nem água.

O que realmente voga numa boa relação não é oposto, nem igualdade. O que faz um bom relacionamento é afinidade, um atributo humano pouco falado...

Com afinidade, gostamos sem ter nunca visto, conversamos sem saber o nome. Sentimos como se há tempos fossemos um só.

Com afinidade não há tempo que apague as amizades, rimos, choramos e vivemos como se o tempo não viesse aclopar.

Com afinidade os amantes são cúmplices, se entendem, se amam...

A afinidade não morre apenas se tem ou não. É quando se tem não se perde nem mesmo na dimensão do tempo, nem mesmo não dimensão das incertezas da vida. Pois com afinidade nada se morre, apenas se transforma em algo melhor pra que desfruta desse bem.

Cyrlene Rita dos Santos. 08/02/2010.