PRA VIDA TODA

Vejo o céu e um azul puro, como de outros dias, toma conta do que parece um infinito.

Caminho sempre sem pensar em que destino me espera.

O céu, o sol, poucas sombras, muito som - som de mundo: de bagunça, de esperança, de desejo, de medo, de amor, de sofrimento, de miséria, de piedade e compaixão, alguns de "nem-aí"!

Ouço!

O suor escorre em minha pele e nada é ruim...

É tudo tão lindo que chego a esquecer que há descrença por aqui, tão perto.

O céu até parece cantarolar alguma melodia sem sentido, mas já não há sentido em nada mesmo.

O asfalto atropela meus pensamentos e eu brinco com isso, rio alto, gargalho, vou fundo, me enfrento, cambaleio, caio, levanto, arrisco mais um passo e deixo que me atropele mais uma vez.

Há quanto tempo não vejo o dia tão lindo assim?

As nuvens apressam-se na passagem, acho que elas não querem perder o azul do céu nem o brilho do sol. Dividem-se em delicados floquinhos - brancos, muito brancos! - e passeiam rapidamente pelo azul do maravilhoso céu.

Pensando bem, pensando muito bem, se o dia estivesse completamente nublado, se as nuvens estivessem, digamos assim, gripadinhas, eu ainda veria tudo claro.

O mais importante de tudo é que em meio a qualquer tempestade que venha a cair, qualquer daqueles tristes sons do mundo que venha me invadir (ou evadir), que o asfalto me atropele, que os dias me façam porvir, nada importa. Já me decidi!

Eu escolhi mesmo ser céu azul!

Caminho tão sem fim...

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 12/03/2010
Reeditado em 12/03/2010
Código do texto: T2134458
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