Como se fosse a primeira vez

Há algum tempo vi um filme que se chamava como “Se fosse a primeira vez” e mostrava um rapaz que conhecia uma moça tomando o café da manhã em um restaurante, logo a primeira vista eles se dão bem, mas para o azar ou sorte dele, no outro dia, ela não o reconheceu. Depois ele ficou sabendo que ela sofrera um acidente e que em conseqüência a memória dela apagava a cada 24 horas e ela não lembrava mais de nada, e a cada dia ele tinha que conquistá-la. Não vou contar o final, para quem não assistiu ainda não perder o interesse.

Às vezes fico pensando como todos nossos relacionamentos seriam melhores se precisássemos reconquistá-los a cada dia. Costumamos quando alcançamos nossos objetivos a não valorizarmos por muito tempo, a esquecer todos nossos esforços desprendidos em busca daquela conquista.

Depois de conquistado o nosso objetivo, seja pessoal ou profissional, a gente acaba relaxando, pensamos que já que conquistamos, não temos mais como perder. Mas lerdo engano nosso, tudo aquilo que não se cultiva, morre.

Como bastariam coisas simples para conquistarmos a pessoa amada, os amigos a cada dia.

Bastaria dar uma flor;

Bastaria dar um beijo carinhoso;

Bastaria dar um bom dia;

Dar aquele bombom preferido;

Fazer aquele passeio que divertia a ambos;

Bastaria escutar o que o outro quer dizer, sem está olhando para a televisão ou sem desgrudar os olhos da revista;

Bastaria perguntar como foi o dia;

Bastaria um abraço;

Bastaria um email com um “oi” ou uma piada;

Bastaria um torpedo no celular;

Bastaria não ser acomodado;

Bastaria colocar para tocar aquela música que marcou um momento.

Relacionamentos não se mantêm por si só, eles não têm vida própria, eles têm que serem cuidados. Todo relacionamento é uma via de mão dupla, tem que ter reciprocidade, é feito entre duas ou mais pessoas, não existe relacionamento de um individuo só, por isso uma única pessoa não pode mantê-lo sozinho, ela pode até tentar por algum tempo, mas o peso é muito grande para ser sustentado por uma única parte. E quando esse peso torna-se insustentável, a pessoa desiste de segurar e solta, pois o peso estava machucando não as costas ou os braços, mas a alma e o coração. A pessoa parte em busca de alguém que a ajude com as responsabilidades que envolvem um relacionamento, pois relacionamentos têm sim responsabilidades.

Se a conquista é algo gostoso, que nos dá prazer, que nos excita por ser novo, por ser diferente, é importante lembrar se lutarmos tanto por algo é porquê com certeza, esse algo é importante para nós e se foi tão importante para conquistarmos, deveria ser mais gostoso tornamos cada momento, como se fosse o primeiro, fazer sempre as mesmas coisas, não significa cair na rotina, cair na rotina é fazer as mesmas coisas sem prazer, sem emoção, não fazer como se fosse mais uma vez, mas fazer como se fosse um momento único, com a alegria de uma primeira vez. Afinal, a primeira vez a gente nunca esquece.