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Crônica da Espera_nça
     
 
 
 
     Quem espera sempre alcança!
 
     Mas como é difícil esperar! Vão-se os dias, meses e anos; vai-se também nossa juventude; e as madeixas brancas vem para ficar... E nós mesmos sempre esperando: o aumento que virá, o rendimento da poupança, nosso time ser campeão, o término do financiamento da casa, o carnê da financeira do automóvel, em suaves 72 meses: o carro já perdeu o viço e a garantia, mas o tal carnê lá está... A gente espera de tudo um pouco, para não perder o costume: o próximo feriado, a vinda do filho que estuda fora, ou que chega de madrugada da balada; até mesmo a chegada da sogra, que no meu caso é sempre bem-vinda.  
 
    Mas se o melhor da festa é esperar por ela (mesmo porque arrumar a bagunça que ficou depois que todos vão embora e ainda criticando isso e aquilo é por demais desanimador...), porque estamos sempre angustiados ao esperar? Dizem que o brasileiro adora uma fila; deveríamos então já estar acostumados ao fato!
 
    Acredito eu que a espera nem sempre é recompensada como deveria. Talvez por se criar um aspiração ilusória, difícil de se concretizar; ou ainda por esperarmos demais, quando na verdade poderíamos agir: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, já dizia o poeta, ou mesmo “quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco, ou morrer na solidão”, também já dizia outro ícone da nossa música.
 
    Tudo o que é alcançado com algum esforço e expectativa é sempre mais prazeroso. Ter e possuir em opulência e sem um objetivo é apanágio da espécie humana e certamente não propicia satisfação. Tem muita gente abastada e vazia por aí...
   
     A palavra esperança vem do ato de esperar: esperar por uma vida melhor e mais justa, para nós mesmos e para os que nos são caros. Em última análise, esperar o mesmo para todos, pois tal como a violência o bem-estar também pode ser contagioso; ela própria (a esperança) nunca morre, pois sempre há um novo amanhã e o sol acaba brilhando de novo, reacendendo as motivações de cada um; basta saber apreciar o astro-rei, que sempre ilumina nossa jornada terrena, e tomar mãos-à-obra, a fim de tornar real o nosso sonho. Esperar sim, mas não apenas passivamente; sem dúvida somos o sujeito de nossas próprias escolhas!
 
    E que suas expectativas se façam possíveis...

Max Rocha
Enviado por Max Rocha em 30/03/2010
Código do texto: T2167760
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