DIA DO ÍNDIO

O maior genocídio da história do Brasil aconteceu com a sua conquista em 1.500 pelos colonizadores portugueses, em relação aos índios habitantes e legítimos “donos” destas terras.

Estimava-se que naquela época havia no Brasil cerca de 6 milhões de indígenas vivendo pacificamente, preservando a natureza e retirando dela o sustento de forma equilibrada. Seus organismos estavam adaptados as doenças do lugar e os anticorpos produzidos eram perfeitos para combatê-las. A farmácia ali estava na floresta em sua essência natural e os “pagés” e curandeiros tratavam dos casos mais graves com suas poções, infusões e chás acrescidos de rezas as divindades da própria mata, guardiãs da saúde de cada membro da comunidade. Aliás que saúde era o que não faltava, a prova está que as mulheres davam a luz e logo cortavam o cordão umbilical da criança, geralmente às margens de alguns córrego onde faziam a higiene de ambos, mãe e filho, continuando suas lidas domésticas imediatamente sem período de descanso algum. Quem desfrutava da quarentena era o índio que para comemorar o novo herdeiro ficava na rede recebendo as visitas e os cumprimentos dos amigos. Vidas e culturas interessantes para povos tão primitivos.

O homem branco chegou. Primeira providência foi a de taxar os silvícolas donatários como selvagens.

Colonizador, já tratou de impor sua cultura, seus hábitos, suas leis, invadiu as terras e se autodenominou proprietário, escravizou o índio, abusou de suas filhas, destruiu suas famílias, dizimou suas tribos e trouxe doenças que não existiam no continente americano tais como a varíola, a varicela, o sarampo, a gripe e outras que para os brancos poderiam ser curadas e que aqui se transformaram em verdadeiras epidemias resultando no extermínio de quase a totalidade da população dos indígenas que tiveram contato com estes “evoluídos” civilizadores.

Segundo o antropólogo Darci Ribeiro, na década de 50 a população indígena era de 68.000 indivíduos. Hoje estimam-se em cerca de 300.000, ou seja 5%, contando-se os que habitam os centros urbanos. Das terras brasileiras sobraram-lhes 12% do território. Das 1.300 línguas e dialetos falados quando da chegada dos colonizadores, restam 170 e o pior de tudo é que 35% dos 210 povos remanescentes com culturas diferentes têm menos de 200 pessoas.

Embora no dia 19 de abril seja o Dia do Índio, não temos nada para comemorar. Triste resultado foi a colheita cultural que restou do plantio da colonização nestes 510 anos passados. Resta uma pergunta que não faz calar a nossa consciência:

Quem foram os SELVAGENS nesta história?