Segura Peão!

Fomos passar o fim de semana na fazenda Calucinga, fazenda de uns amigos , ela Angolana e ele Português. Fica exatamente uns 80 km do centro da cidade, lugar excelente para se esconder e ficar longe de celular, do barulho. Estava nublado, anunciava chuva, o frio já se fazia notar. Quando dei por mim nada de meu filho voltar de sua cavalgada, fiquei preocupada, peguei o carro e segui a trilha até onde dava pra ir, depois caminhei a pé e vi as pegadas do cavalo. A chuva começou a cair, quando quis voltar o carro atolou. Começou a escurecer e eu tentando empurrar o carro quando o “Peão” apareceu. Nossa! Que alívio, ele estava todo molhado, com o corpo forte brilhando, ele tinha uma cor que nem sei descrever, era forte e robusto, olhar penetrante, uma mancha na testa que fazia a diferença, nem conversamos e ele já me emprestou sua força empurrando o carro comigo, eu o vi nascer e nem tinha percebido como ele já era adulto, corajoso e amigo. Olhamos-nos por um tempo e ele me entendeu, tenho certeza disso, eu acariciei seu rosto e ele em troca me olhou profundamente, foi um momento mágico, a chuva caia forte, o frio para ele não fazia diferença, agradeci e ele se foi. Vai “Peão”, vai que tua “Mimosa” te espera.

PS: Há coisas que só acontecem uma vez na vida, outras que você conta e ninguém acredita. Nessa fazenda vivi momentos mágicos e únicos. Meu amigo Português desencarnou e minha amiga angolana vendeu a fazenda. Lá aprendi que a vida simples é muito mais gostosa e que café com leite fresco é “bão” demais. Um dia bem gostoso pra você que me lê, um dia de fazenda procê!

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 15/04/2010
Código do texto: T2198772