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AH! ESTE CAOS INTERIOR...

 

 

Eis-me aqui, diante do espelho, tentando obter respostas. Procurando desvendar os mistérios de minha alma, tão profundos e insondáveis, que, nem eu mesma saberia decifrá-los.

 

Há um nisto de segredos guardados, de sonhos inconfessáveis, de buscas improváveis, aos quais não consigo ter acesso, sã e conscientemente. Se os guardei assim, tão profundamente ocultos, é que os queria manter ignorados. Será?

 

Não me importa onde pisarei, com meus pés cansados, onde apoiarei o meu corpo suado. Importa-me, isto sim, buscar resultados. Respostas aos meus conflitos, a reversão desta condição de ignorância eterna, de total incompetência.

 

Ah! Como me seria aprazível e satisfatória a solução dessa desordem. Pelo menos, parte dela.Contudo, a minha condição de escrava dos embates interiores, cega-me, torna-me carente de recursos em que me basearia, para tal feito.

 

Se terei novamente a capacidade de direção consciente de meus passos, a total certeza de meus atos, só o tempo dirá. Por ora, contento-me em mirar-me neste espelho, procurando o resultado da soma de meus erros e acertos. Hoje, o que tenho, em abundância, são apenas dúvidas.

 

Eu sondo, no escuro de minha imaginação, todas as possibilidades, todos os atalhos, dos quais, pobremente disponho, para a incongruência de meu ser. Essa extrema impossibilidade de sonhar mais alto, mais forte, que expressaria a minha capacidade de lutar contra todas as adversidades que são a minha derrota, o caos que se estabelece em mim, a cada manhã até o  anoitecer.

 

Haverão de questionar-me:

- Onde está a sua determinação interior, aquela com que a vida lhe proveu, na pior das hipóteses?

E eu lhes responderei:

- Está oculta, em algum lugar do passado; migrou-se para outros mares... outros infinitos lugares.