UMA BEBIDA

UMA BEBIDA

Um fazendeiro um grão um dia o plantou, o filho o colheu, beneficiou e vendeu. O neto, às suas custas aprendeu, formou-se e à fazenda em empresa transformou.

O homem, com o seu olor, embriagado não resistiu e logo um trago tomou, sorvendo o gole devagar, aproveitando ao máximo o seu sabor. Aquela bebida o tornou ao trabalho, totalmente revigorado.

O doceiro, ouvindo falar e vendo uma de suas receitas, decidiu-se por comprar e de imediato uma iguaria nova inventar; o Chef inebriou-se de prazer ao experimentar e logo a indicou ao Maitre, que passou a ofertar aos convidados, entusiasmadamente mesmo sem o experimentar, de tão entusiasmado.

O médico no meio da noite, a usava para espantar o sono em meio a um tumultuado plantão, enquanto o enfermeiro a negava por dieta, o doente, em acordo com a faxineira, a sorvia em goles rápidos, escondido.

No mercado, arrumado em prateleiras, com preço exposto; no mundo, sustentou muitos países; na roda de amigas, acalorava o tom das conversas de madames; enquanto eu, só de lembrar, a boca ressecava.

Pois é, o café; amado, odiado, procurado, rejeitado, exaltado e evitado; porém, com um sabor e personalidade inigualáveis. Vai um cafezinho?

H. F. Costa em 28/12/09.