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Crônica da privacidade
 
 

    Privacidade é a habilidade de uma pessoa em controlar a exposição e a disponibilidade de informações acerca de si (Wikipédia).

  Vivemos numa época de contrastes: queremos tranqüilidade e segurança, mas cada vez nos submetemos mais à democracia (ou será ditadura?) da superexposição diária. Muitos por aí almejam a fama a qualquer custo, passando por cima de tudo e de todos, para depois se encastelarem, em eterna fuga dos paparazzi, e reclamarem da invasão de privacidade!

  Não se respeitam mais os limites individuais; o aparelho celular berra insistentemente nos horários de almoço ou de repouso e até nas madrugadas, sem a menor cerimônia ou bom-senso do “ligador” ou mesmo do receptor, ao não impor limites para o seu uso; tomemos como exemplos os pobres profissionais de saúde e os executivos, coitados...

  Conectados diuturnamente, desrespeitamos nossos ritmos biológicos, sem dormir adequadamente, comprando compulsivamente, viajando por todos os cantos do mundo sem sair da poltrona, expondo-nos cada vez mais à radiação dos aparelhos celulares ou de informática, e assistimos passivamente nossas crianças enveredarem-se pelas armadilhas dos pedófilos ou nossos dados confidenciais serem inescrupulosamente comercializados pelos piratas cibernéticos.

  Lembro-me de minha infância sem celulares, netbooks, computadores, smartphones, BlackBerrys e outros afins... Os aparelhos de TV não se assemelhavam a quadros de parede e os telefones ainda eram acionados por discos rotatórios, que faziam seu ruído característico. Nem por isso éramos menos felizes; acredito até no contrário, pois tínhamos mais tempo e até mais segurança para brincadeiras de rua, mais amigos reais e menos virtuais; sabíamos menos instantaneamente sobre as tragédias do mundo, pois não dispúnhamos de “informação em tempo real”; aliás, questiono a validade de tais informações como instrumento de crescimento social: não precisamos ir até o Japão ou a Indonésia para encontrar situações vivenciais concretas e convenhamos se torna mais fácil e possível participar ou ajudar o próximo realmente mais próximo. As soluções e também os problemas estão bem mais à nossa porta do que imaginamos...

  Acredito que devemos exercitar a nossa própria e também respeitar a privacidade alheia, ensinando aos nossos jovens as noções de limites, tão em falta nos dias contemporâneos!

Max Rocha
Enviado por Max Rocha em 25/04/2010
Código do texto: T2218350
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