OS MENINOS DA VILA

Vi um jogaço de bola ontem pela TV, no qual o SANTOS sagrou-se campeão paulista de futebol, mesmo perdendo para o aguerrido SANTO ANDRÉ por 3 x 2. Gente, pra quem gosta do esporte bretão, foi um prato cheio! Partida muito disputada, marcações cerradas de lado a lado, ataques e contra-ataques fulminantes, golaços aqui e ali e, num espetáculo à parte, o show do Neymar, do Paulo Henrique “Ganso”, do Robinho e demais jogadores do time peixeiro, os já cognominados “Meninos da Vila” !

O menino Neymar, de apenas dezoito anos, provou mais uma vez que já é um craque consumado e, apesar da idade, está por merecer uma convocação do nosso técnico da Seleção Brasileira, Dunga, o zangado. Aliás, o Robinho está fazendo “lobby” a favor do chamamento dele, Neymar, e do “Ganso”, os quais, aliados ao amadurecido Robinho, titular da canarinha, iriam com certeza infernizar a vida dos gringos que atravessarem o caminho do Brasil na Copa da África do Sul! ...

Lembro-me bem do que ocorreu em 1958, quando o então garoto Pelé, com apenas dezessete anos e já despontando no também Santos com brilhantismo, foi convocado para a Copa da Suécia. Dida, o titular da posição, machucou-se e Pelé tomou seu lugar, infernizando a vida dos jogadores adversários, marcando belos gols, conquistando fama internacional e sagrando-se campeão do mundo antes mesmo de atingir a maioridade. Com o garoto Neymar poderia suceder o mesmo. Basta que Dunga, o turrão, seja mais flexível e menos teimoso.

Mas, voltando à partida do Santos contra o Santo André, foi eletrizante. Os rapazes do time do “ABC” paulista perderam o título mas ganharam o jogo, impondo um futebol agressivo, às vezes até viril demais, e por um triz não marcaram o quarto gol e não envergaram a faixa de campeões estaduais. O Santos, porém, foi brilhante em todos os sentidos, defendendo, marcando sob pressão e atacando em velocidade, com seus meninos endiabrados fazendo misérias. O Neymar, então, deitou e rolou.

No final do embate, a garotada deu a volta olímpica no gramado, carregando o troféu conquistado e erguendo-o defronte às arquibancadas da sua numerosa torcida, provocando delírios e arrepios em todo o mundo. Alguns, como o próprio Neymar, o nome do jogo, chorava, bastante emocionado. A galera, babando de felicidade, ia abandonando aos poucos o estádio, voltando feliz para as suas casas, sonhando com nova fase de ouro para o time da Vila Belmiro, a vila famosa, a mesma fase vivida por Pelé, Coutinho e companhia, nos áureos tempos daquele esquadrão fenomenal, que levou a arte do genuíno futebol brasileiro para além das nossas fronteiras! ...

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B.Hte., 03/5/10

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 03/05/2010
Reeditado em 06/05/2010
Código do texto: T2234726
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