O MENINO E AVÓ DO MENINO
Quem os vê, acha engraçado e bonito.
Parecem companheiros de uma longa jornada
Um completa o outro, numa sintonia de dar gosto.
Se é para subir montanha, entrar na cachoeira, construir e dormir em cabanas, lá estão os dois, amorosamente, juntos, afinados...
Se a avó se diz cansada, ele logo retruca:
_Veja, eu não me canso... E não adianta a avó falar de idade e justificar-se, o menino bem sabe que ali reside uma alma menina.
As crianças têm o dom de conhecer seus pares, são vasculhadores de mundos internos...
Outro dia, a avó inventou que já andara de bicicleta e queria ativar sua memória motora para voltar a bicicletar e não é que subiu na bicicleta do menino e ensaiou uns tímidos passos? Não foi dessa vez que pedalou com força e tomou espaço. Ficou na tentativa, agarrada à parede da garagem, com o menino a ampará-la, para que não se machucasse... E mesmo sem o conseguir, o menino insistia em validar a avó:
_ Isso, você consegue, você vai longe, quase andou sozinha, vai, vai, eu ajudo...
Quão terno e nobre é uma relação de amor, cumplicidade e confiança...
Quanto se aprende com nossos meninos de matura/idade, tão comuns em tempos de hoje...
Feliz de quem os percebe, compreende e os inclui no seu universo pessoal...