QUEM SOU EU?

“uma formiguinha, das menores, que anda pela terra cumprindo sua obrigação”.

Uma exortação de espírito de muita luz que cito ao final.

Ter consciência de nosso tamanho e de nossa obrigação; árdua tarefa.

Nada deve ser adiado, postergado, se o bem puder ser feito. O caminho do arbítrio leva para várias direções.

O mal, a péssima escolha, está em não fazer o que podia ser feito, a omissão que devora a alma do omisso e o faz envergar cada vez mais em sua culpa, é pior do que a ação mal feita. Nesta houve uma vontade ainda que erradamente posicionada.

A omissão carrega o pior dos adjetivos, a covardia.

A formiguinha que anda pela terra cumprindo sua obrigação, pequena seja, é infinitamente maior que as grandes obras plenas de vazio, já que enredadas no “eu-mesmo”, como do sabor de muitas mentes doentias, visíveis a todo momento, espalhadas em seus diminutivos predicados que querem superlativos, trêfegas, mas pobres em ludibriar, não enganam ninguém e, pior, nem a elas; não cumprem nem nunca cumpriram suas obrigações e conhecem esse lado negro de suas almas.

Se não foram totalmente omissas, como próprio dessas personalidades, o que fizeram de ação, ato comissivo, foi para suprimir o que era desejo legítimo e direito de outros, confiscando esse direito para seus patrimônios negativos, que como labaredas das “bolgias” de Dante Alighieri ardem nos espaços inferiores, queimando suas consciências, quando as têm. Em cada esquina da vida os tropeços são tidos como vitórias na balança que pesa a materialidade, por embotar a toda prova o discernimento pelo amor exagerado que detêm aos interesses e valores que se dão sem terem.

Em todos os planos vemos essa nefasta ação, a de retirar ou deixar de realizar o que outros precisavam e tinham direito, desde do conforto pessoal e presença, à solidariedade fraterna devida a todos, do conhecido ao desconhecido.

Como um exército de insuficiência marcham para trás achando que estão caminhando para frente, seus espíritos espreitam em cada curva do dia a dia suas misérias espirituais, as vezes percebida quando um fósforo de luz tira suas mentes das negras sombras circundantes.

Não há paralelo para a patologia do desvio da missão espiritual, sempre forrada do egoísmo, do “não me incomode”, do “fique distante”, do “eu sou”, enfim e na verdade crua e real, do “nada ser”, da “angústia e da depressão”, do isolamento do “mundo do bem”.

Nesse estágio onde enorme universo corpóreo habita, não há lugar para descanso espiritual e a eternidade pulsa de indagação na espera.

Que Deus se apiede dessas almas.

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“Agradeço as dificuldades que enfrentei, não fosse por elas não tinha saído do lugar..”

“Tudo que podemos fazer no bem, não devemos adiar...”

“As facilidades nos impedem de caminhar...”

“Ninguém tem o direito de se omitir...”

“Sempre recebi elogios como incentivo...para que eu venha a ser o que eu tenho consciência de que ainda não sou....”

“Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão....”

“AH. MAS QUEM SOU EU SENÃO UMA FORMIGUINHA, DAS MENORES, QUE ANDA PELA TERRA CUMPRINDO SUA OBRIGAÇÃO”

Chico Xavier.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/05/2010
Reeditado em 30/05/2010
Código do texto: T2288729
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