A criança e o sexo

Enquanto tudo acontece por aí eu fico pensando cá com meus botões: As autoridades criam as leis e os crimes, mas onde não há lei, não há crime, para as crianças não há crime, pois não há lei e a maioria dos meninos e meninas de hoje , aos dezesseis anos, já estão prontos para a vida e não querem esperar idade nenhuma chegar.

Recentemente, eu fui a um parque de exposições, eu tinha que me apresentar numa universidade, tocar algumas músicas de boa qualidade, segundo o meu gosto, claro, e num momento em que fiquei a sós com um guarda que cuidava daquele lugar durante a madrugada, ele me falou sobre o que acontecia, amiúde, sem que as pessoas soubessem e nem dessem conta da gravidade do problema. Segundo ele, as crianças de doze, treze anos, depois de terminados os eventos e todos irem embora, Ficavam por ali, bêbadas, drogadas, fazendo sexo, com adultos e entre elas mesmas, pois é um lugar isolado e depois de uma noite de diversões os adultos se cançavam e iam embora.

Foi aí que me dei conta do que estava acontecendo com esse nosso querido e inconsequente mundo. As autoridades não se preocupam em definir um programa educacional sério, realmente eficás no combate a fome e a sede de conhecimento. As crianças não podem trabalhar, não podem falar, não podem nada. Contudo, através dos sistemas de informação, "net e cia", elas aprendem e apreendem tudo o que os adultos não querem que elas saibam e uma mente cheia de conhecimento sobre sérios assuntos e , ao mesmo tempo desocupada, pode ser tão perigosa quanto a de Hitler.

Apesar de sabermos que o ideal é que as crianças aprendam que sexo é apenas pra idade adulta, quando estudamos a quebra dos paradigmas morais nas universidades, não damos conta de que eles, inclusive a moral cristã no ocidente, foram grandes controladores das atitudes, tanto dos adultos como das crianças. Freud e Nietzsche são autores essenciais para estudarmos a sexualidade infantil, no entanto, não é uma literatura ideal para jovens e crianças. Quando se trata de quebra de paradigmas morais, todos sabemos que os limites impostos foram estabelecidos, com a presença da moral, se a retirarmos de cena, teremos de arranjar outras ferramentas de controle das ações que vão além da repressão policial, pois essa, como já sabemos, é pouco eficás, levando-se em conta, no que diz respeito ao sexo na idade inapropriada, que as coisas acontecem amiúde, e quase sempre, com o consentimento da "vítima". Se quisermos separar a criança do sexo até a idade ideal, teremos de rever os nossos conceitos de educação e de moral, pois não há nada mais ligado à moral do que o próprio sexo, haja vista por exemplo, ser uma imoralidade a traição conjugal, porém não é considerado um crime.

Quando proibem que as meninas menores façam sexo com homens

mais velhos, eles fazem isso tentando mascarar a própria... digamos, a própria cegeira e incompetência em educá-las para que elas mesmas saibam os limites das suas ações até onde poderão ir. Quando digo eles, é o estado repressor. O caso não é proibir, é ensinar. Por exemplo: Imaginem se tivermos que conduzir as crianças no trânsito o tempo todo. Elas próprias têm que aprender os signos do transitar pelas ruas, e esse assunto é tão perigoso pra elas quanto o trânsito.

Acontece que nas ruas, tudo tudo se dá às claras e no caso abordado não.

As crianças, têm uma vida sexual à sua espera e não cabe ao estado determinar a idade ideal. As glândulas começam a provocá-las e tudo incentivado pelo meio em que elas vivem. Cabe ao estado,controlar mais os veículos de comunicação em seus atos de formação de opinião. Uma vez contemplando certas cenas da nete em outros veículos e incentivadas por alguns adultos ou não, elas acendem a luz amarela e ficam alertas para o fato, e a vontade de fazer sexo é quase do tamanho da nossa se não for maior. E com a quebra de paradigmas morais, ela ficam sem chão para delimitar o espaço de suas ações. Então as autoridades, na incompetência de trazer educação de qualidade, criam leis que tentam inutimente coibir essa prática com repressão policial. A repressão tem que haver, no entanto, a educação é mais essencial que ela.

A diferença entre este e outros crimes, é que as vítimas de roubo, sequestro, assassinato, e qualquer outro crime, se defendem ou fogem do agressor quando podem, e isso não acontece no caso dos menores, eles têm grande poder de seduzir, pois aprendem com a própria sociedade esse dom e são incentivados o tempo todo em propagandas de cerveja, perfumes, automóveis, roupas íntimas, etc. As "vítimas" desse outro "crime" oferecem-se por serem pessoas sem lei, a lei só existe para o adulto, a lei das crianças, que deveria ser a escola, tá um caos e requer, urgentemente, de reformas. Os adolescentes buscam o prazer porque conhecem bem o caminho e vêem, nas atitudes dos adultos, um fio condutor para que elas também alcancem esse simulacro. Já que se fala tanto de igualdade de direito, elas julgam ter também esse direito e não sabem o que fazer com ele e não querem o discernimento, pois não podem nada, não querem nada e julgam os adultos uns tolos. Daí a razão da necessidade de mais educação.

Não podemos separar a criança do sexo porque ela tem sexo, temos sim é que ensiná-las a conhecer os limites e isso só com a presença da moral, sem ela a tecnocracia não tem a menor força, pois age sem o sentimento que só as mães sabem o que é. "São demais os perigos dessa vida pra quem tem paixão" já dizia Vinícius.

A razão desse tipo de atividade, embora com leis severas à espreita, não diminuir nem acabar, tendendo sim, a aumentar, parte do princípio: "O que não é visto não é lembrado". Nós colocamos diante delas tudo o que elas não deveriam ver e a visão é um dos maiores estimulantes sexuais que se conhece; elas querem o que é de direito delas, já que não têm educação de qualidade nem programa de inserção social eficás.

Se as leis fossem eficazes os crimes nos EUA teriam diminuido com a pena de morte, mas sabemos que isso não aconteceu por lá. Portanto,

Vamos educar as nossas crianças e deixar que elas decidam suas vidas e teremos, certamente, melhores resultados, já que o "bla bla bla" geral só faz é aumentar o interesse delas pelo assunto.

Obs. Esse assunto não pode ser um tabú.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 10/06/2010
Reeditado em 16/06/2010
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