O marketing político e os eleitores

É fato inegável que o marketing político tornou-se ferramenta que define o sucesso em uma eleição governamental.

Não é para menos, já que os chamados “marketeiros” possuem uma capacidade incrível de persuasão e convencimento da população de menor renda e instrução, a qual é maioria dentre os eleitores cadastrados.

Contudo, dúvidas se formam em torno da comunicação exercida pelos profissionais do marketing, indo desde a veracidade das informações, da honestidade das promessas e até a possibilidade de realização das mesmas.

Diz-se que a comunicação que se faz em marketing político é como uma droga, que em pequena quantidade é remédio, mas que em doses elevadas, torna-se veneno fatal.

Alguns “marketeiros” usam estratégias absorvidas das obras de autores como Nicolau Machiavelli e Sun Tzu, visando apenas alcançar o poder, apenas a eleição do candidato, sem se preocupar com o período de governo que sucede o pleito eleitoral.

Por exemplo, o profissional do marketing, notando que o transporte universitário é falha da maioria das administrações, cria uma esperança dentre os usuários do serviço, propagando informação de que serão adquiridos vários ônibus novos, zero quilômetro, e que isso proporcionará um transporte gratuito ou com valor ínfimo, que a segurança será prioridade.

Outro exemplo é da deficiência em saúde, na qual é prometido investimento, melhoria, distribuição de toda espécie de remédios, cura para todos os males; e dá-lhe panfletos, prospectos, promessas, publicidade, isto é, marteladas sucessivas na cabeça de quem anseia por melhoria de vida.

Não se esquecendo de promessas aos servidores públicos que sonham com plano de carreiras, plano médico com valores acessíveis, plano dentário, ou pelo menos, a recuperação das perdas salariais que acometem a maioria dos servidores públicos das esferas federal, estadual, municipal.

Entretanto, quando se iniciam os atos de governo e de gestão administrativa, percebe-se que não é tão simples assim, que existe um orçamento que tem que ser seguido, que a arrecadação é flutuante, e que o Poder Público não tem absoluto poder sobre a utilização de recursos de maneira desenfreada.

Daí começa a parte ruim, e os tais “marketeiros” se afastam, dizendo que agora a responsabilidade é do administrador, que a parte deles era apenas fazê-lo chegar ao poder, que agora as rédeas da charrete estão nas mãos dele. Com isso, os eleitores ficam entregues à própria sorte, pensando em que local fora amarrado o muar.

O marketing político é poderoso e ao mesmo tempo perigoso. Ele dá o poder, mas pode tirar a honra. Forma um governante, mas também revela o vilão. E por incrível que pareça, ao invés de criar um avatar, pode fazer a metamorfose de homem em rato.

Existem histórias de sucesso com marketing político, como de Kennedy ou Clinton em terras norte-americanas, mas aqui no Brasil, o maior exemplo de ascenção e queda “via marketing” é nosso ex-presidente Fernando Collor de Mello.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 10/06/2010
Código do texto: T2311472
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