KATE E LEOPOLD

Kate e Leopold

Ontem eu assisti ao filme título desta crônica.

Filme simples, vivido em duas eras, graças à sonhada “fenda no tempo”, não me chamou à atenção por este fato, nem a vivência da ‘finesse’ da nobreza no passado.

Chamou-me a atenção o fato de Leopold, vindo do passado, mostrar-se insatisfeito com seu tio em busca de uma recuperação financeira, que esbanjaram e se sentiram falidos, procurando uma noiva, mesmo que feia, para unir o sobrinho ao retorno à pompa.

Por uma trama baseada em um morador de Londres que retorna ao passado, Bertold se envolve e é jogado nos dias atuais, onde percebe que o mundo só mudara em aparência, mas os humanos continuavam até piores, mergulhados no sucesso financeiro, a qualquer preço. Percebeu que vivíamos falseando, criando comunicação televisiva embusteira, poderosos pelo dinheiro, sem nenhum pejo moral.

Percebe mais o nosso herói, que até no amor, no trato com os sentimentos mais puros, a humanidade falhava assustadoramente.

Acostumado com os raciocínios paralelos, fico cada vez mais convencido que as guerras, os cataclismos, o chamamento da natureza e de um Criador estão nos fazendo moucos e míopes, com a visão direita buscando o fausto e a esquerda sonhando com ele, sem alguma ação.

Neste mundo de marmotas não percebemos o amor, a gentileza; pregam-nos a caridade, para abastar os preguiçosos. Nossa ligação com a Criação se torna assim enganosa, onde nossa fala só emerge quando estamos em desespero, por situações omissas criadas por nosso medo, crentes em entidades satânicas, para nos livrarmos de nossa responsabilidade.

O amor cedeu lugar a um sexo, como repito sempre, “como moderna ação”, onde um dos parceiros precisa buscar artifícios para alcançar o mais Divino prazer, pois o outro não sabe amar, às vezes eleva o bastão, falsa atribuição de poder e finge ter o controle da situação.

Não me sinto pessimista, como querem alguns. Sonho com a redenção, como consegue Leopold no filme.

Creio que sermos omissos mentirosos, acelerará nossa destruição, por isto temos o dever de buscar ser o mais sincero que nossa carapaça animal permita e que nossa mente não se afaste muito da realidade, pois aí, talvez, possamos retardar o desenlace que os falsos poderosos irão conseguir.

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