ANIMAIS SENTIMENTAIS?

Sempre aprendemos que os animais são irracionais e muitos dizem que não são capazes de ter sentimentos.

Como prova nos ensinam que uma pomba ao chocar dois ovos e uma das pombinhas tem uma asa atrofiada ela é jogada do ninho para não sofrer a falta da asa. O mesmo exemplo é dado a uma leoa, que ao dar a luz a dois leõezinhos e um nasce com uma pata malformada ou torta, é abandonado para ser devorado por outros animais.

Entretanto eu creio que nem tudo que me afirmam, serve para a generalização. Senão vejamos: Uma gata mestiça a angorá, linda, deu à luz a dois gatinhos de sexo diferente: uma da cor da mãe e um cinza manchado, feiozinho, como o pai.

Ela e seus rebentos se alojaram em nosso quintal, sem ser de nossa criação, mas volta e meia lhes dávamos algo para comer.

Um belo dia a gatinha resolve se aventurar, sai por um canal de água, se perde buscando sua liberdade, caminha por mais de 10 quarteirões e, para seu azar é atropelada por um automóvel, tirando-lhe a vida.

A mãe está há 5 meses, desde a morte da filhotinha, chamando-a pelos quatro cantos do nosso quarteirão. Está arisca, se nega à alimentação, emagreceu e o pai, mero copulador, nem presente está ao drama vivido por este coração sangrando.

Parece que estou sonhando? Inventando? Estou isto sim, usando o FATO, para ilustrar como o amor pode estar distante de nossos corações ‘racionais’, ‘sensíveis’, que muitas vezes nem se importam de visitar um visinho em caso de morte de um filho.

A ‘racionalidade’ nos ensina a sermos práticos: temos hora e posição correta para fazermos nossas necessidades, muitas vezes ficamos anos com um automóvel comprado zerinho, com o banco do motorista na mesma posição, espelho retrovisor pouco mudado, exceto pelas mulheres que ao retocarem a maquiagem, levam bronca dos seus senhores feudais. Do mesmo jeito levam bronca, quando elas pedem inovações no carinho, que quase sempre é sexo puro, sem amor, sem tanto prazer. Ou com muitas mulheres estrepando porque o esposo não cuida do sabonete bem posto na saboneteira, quando na verdade está brava com a má abordagem sexual do garanhão.

Ou seja, cerviçais corretos, sem perdas de tempo com frescuras, perfeitos cidadãos do mundo, elogiados pela sua retidão com os outros, nem percebendo que se prejudicam (sabotam), para cumprir estes rituais.

Não creio nesta história de que a vida exige sacrifícios. Creio que temos que ter coragem para vencermos nossos desafios, sem choramingar para terceiros ou nos mostrarmos mártires.

Como me ensinou o falecido Bhagwan Shree Rajnesesh, hoje re-inventado como O$HO, por seus herdeiro$ discípulo$, precisamos, isto sim, sermos felizes para conseguirmos enxergar ao Deus verdadeiro, sem ginásticas mirabolantes, ou súplicas de ajudas que só competem a nós resolvermos. Este modo de agir nos afasta de nos vermos inteiros, sem dizimar o amor do Criador por nós. Ele nos criou para sermos raciocinantes, racionais com as idéias que nos fazem sermos felizes, afetivos, primeiro com o nosso sentir a vida e por consequência para com as pessoas que amamos. A não ter pena, mas redirecionar nossas forças para crescermos e ensinarmos aos que precisam de nós; a sorrirmos, a avaliarmos nossos atos diários, valorizando os positivos e nos preocupando em acharmos solução para os atos que nos levam a sofrer, sem os ‘mas’, ‘talvez’, ‘quem sabe’, ‘vou tentar’, ‘sei não’ e diversas outras formas negativas que nos levam a sermos ‘imbecis coitadinhos’.

Fugir da vida é fugir de nós mesmos. Ignorar nossos sentimentos pelos que já se foram é pior que ser uma gata meio angorá, meio cá, meio lá!

Entendeu?

Então haja!

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PS: Não nego a necessidade de pessoas precisarem crer numa Religião. Tenho ajudado-as a serem felizes com sua crença, sem hipocrisia ou pagamento de um aluguel de um cômodo no ‘paraíso’.

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