...A AMBÍGUA VISÃO DAS POESIAS...

Eu escrevo errado, eu não faço correções nos meus textos, eu não aprendi a ser brilhante e quando muito, consigo ensaiar uma poesia que se perde em rimas que desaparecem dentro de estrofes, e que reaparecem depois dentro de uma simples canção. Meu cantar é baixinho e aparentemente bonito, mas o que significa a beleza já tão desgastada nos dias de hoje? Meus versos pedem sua compreensão, mas isso não significa que seja necessário você compartilhar das mesmas opiniões que possivelmente possa oferecer quando deixo as palavras sairem. Eu gosto também do confronto que as idéias divergentes proporcionam, eu não gosto da idéia de verdades absolutas, sejam elas quais forem. Eu tenho "fãs" que assimilam aos poucos os pensamentos que eles mesmos inspiram. Eu tenho sorte por contar com olhares gentis sobre minha visão poética do que anda acontecendo ao meu redor. Sou incapaz de seguir regras, e descobrir isso me fez abrir os olhos e os braços para a liberdade, e me fez baixar a guarda para as coisas que são suaves, pois acredito que é a melhor forma de se proteger da dura realidade que invade o espaço de qualquer pessoa que esteja respirando. Se os olhos ficam vermelhos de irritação com a onda de miséria cultural e social que domina boa parte dos pensamentos, a poesia ajuda a transformar essa insatisfação em calma. E é com calma que planejo as ações contra minha própria apatia.