“Se todo animal inspira ternura, o que houve então com os homens?".

A vida vai separando as pessoas e passamos a desconhecer a nova geração, que está dia - dia, sábia, bela, de grande sensibilidade para perceber certos ensinamentos, - que a maior parte da humanidade desconhece. Conhecer-se a si mesmo é o primeiro passo do conhecimento do ser humano.

A verdadeira escola é a família, onde se estuda a matéria principal do amor, a verdadeira educação.

A criança é como uma folha de papel em branco, escrevendo nele as primeiras letras do alfabeto da vida.

No seio de uma família, os filhos descobrem o mundo! Aprendem amar, servir, percebem que a vida não é um problema que deva ser resolvido, mas uma realidade que deve ser vivida.

A rotina de impor limites são as regras que vão dar uma forma, uma ordem, uma organização, tanto da vida cotidiana, quanto da psique da criança e ela vai crescendo com maior segurança, pra lidar com as questões afetivo-emocionais, com os relacionamentos familiares, e no mundo externo, como também no futuro próximo lidar com as dificuldades da vida.

A partir dos dois anos de idade, a criança já tem noção e consciência de que é um ser diferente da mãe. É aonde ela começa a formar a personalidade do eu, mas de uma forma mais individualizada, então, é nessa idade que você começa a dizer não e ela a compreender esse não. As explicações devem ser dadas por inteiro (“Se você cair da janela, vai se machucar, terá muitos dodói e não poderá mais ficar com o papai e a mamãe”). A maioria das crianças compreende a noção de que o perigo se esconde em algumas situações caseiras e problemas com estranhos. Aprende assim a cuidar de si mesmo - consciente dos perigos que a cerca – reconhecendo os limites que devem ser respeitados para não se machucar. .

Compreenderão com clareza que esta é a Lei do Retorno – Lei da conseqüência, (o Princípio de Newton) “toda causa gera um efeito correspondente”.

No íntimo, uma família bem constituída, uns se interessam pelos outros.

É uma comunidade de pessoas abertas.

Como diz Leon Tolstoi – “A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família” – que é o mais admirável dos governos.

A amizade e a união verdadeira têm que ser do espírito e não somente pelo sangue.

Pitágoras aconselha:

- “Observa o teu culto a família, cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os homens”.

Hoje tantas crianças abandonadas...

Cada dia é mais comum nos noticiários da grande mídia, fatos que mostram crianças recém nascidas abandonadas pela mãe. Há mães que fogem da maternidade deixando lá o próprio filho abandonado que será encaminhado para uma instituição e talvez consiga adoção.

Sei que o exemplo do comportamento animal está “longe da realidade do homem”, a “imagem e semelhança de Deus”, dotado de razão e inteligência.

Os irracionais têm outras atitudes em relação às suas crias.

A ternura da mãe pelos filhotes tem por principio o instinto de conservação! Quando a ave ou animal pode cuidar de si mesmos, a tarefa materna está cumprida e a Natureza nada mais lhe exige. É por isso que ela os abandona para se ocupar de outros que chegam.

As mulheres, “seres racionais” abandonam, vendem ou maltratam os filhos poderiam se inspirar neste mundo familiar dos animais irracionais!

Um bom exemplo de mãe que ensina tudo ao seu filhote na natureza é a anta. O maior mamífero terrestre das Américas, a Tapirus terrestris, como é conhecida entre os cientistas, tem na visão desses pesquisadores, um conjunto de comportamentos e regras para viver que são passadas de geração em geração. A mãe anta dedica-se por cerca de seis meses aos cuidados e aos ensinamentos, para que o filhote aprenda tudo o que precisa para viver com segurança. Ela testa seu filhote para saber se está mesmo pronto para a vida.

Quando ele começa a andar sozinho, por exemplo, ela se esconde e fica espiando de longe, para ver se ele aprendeu tudo direitinho.

“Se todo animal inspira ternura, o que houve então com os homens? “ (Guimarães Rosa)

Realmente – Um dos mais graves problemas humanos está na dificuldade de convivência no lar.

A criança que é rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família e afeto dos outros.

Quando adultos tendem a se tornar frios, duros ou extremamente carentes e dependentes de aprovação e reconhecimentos de outras pessoas.

Necessita de ser aprovado e reconhecido pelo outro e desenvolve a necessidade de agradar.

Elas deixam de ser elas mesmas tornando-se o que os outro gostariam que fosse – ou o que pensa que gostariam, reforçando assim - cada vez mais o sentimento de inferioridade, pois não satisfazem a si mesmas.

Os laços familiares precisam ser trabalhados! Eles poderão encorajar ou inibir dons e talentos que trazemos.

Repito... A família é sagrada e traz o primeiro ofício ao nascer. Dela vêm às primeiras lições, valores, apoio, proteção, rejeição, afetos e desafetos e toda nutrição alimentar e emocional que são importantes para forjar a personalidade e agregar a bagagem que “ajudará” em sua nova jornada.

As crianças não nascem com problemas de comportamento. Elas vão adquirindo ao longo da educação, ao longo do convívio com os pais.

Quando o ambiente da casa se caracteriza pela tensão e pelo atrito habituais, é muito provável que isso gere atitudes sociais negativas nos filhos. Pelo contrário, quando se respira um clima de compreensão entre os membros da família, os filhos desenvolverão atitudes positivas.

Os pais e os irmãos mais velhos são modelos de conduta que os filhos pequenos observam e imitam continuamente. É bom, por exemplo, que possam observar comportamentos que denotam preocupação pelos outros, compreensão, ajuda flexibilidade... Os filhos percebem igualmente se o pai e a mãe se relacionam entre si com a benevolência e o altruísmo próprios do amor e da amizade, se têm ou não amigos, se sabem encontrar tempo para a amizade.

São generosos, sinceros, respeitosos e leais com seus amigos.

Outro fator – Cito o valor que os pais dão ao fato de os filhos serem sociáveis e terem amigos.

Muitos pais encaram o tema da amizade como algo secundário. Ignoram assim que, como disse Aristóteles, os amigos são o que há de mais importante na vida.

Ignoram que as relações de amizade ajudam as pessoas a conhecer-se, corrigir-se e superar-se em todos os aspectos.

Se os pais, por exemplo, não permitem que os seus filhos tragam para casa companheiros de diversão e amigos, estarão aplicando uma nota negativa à conduta social dos filhos.

Para que as crianças pequenas se desenvolvam como pessoas sociáveis, é preciso animá-las a sê-lo e premiar os esforços que façam. Mas isso apenas não basta, apesar de já ser algo bom é preciso ensiná-las também a comportar-se de um modo socialmente aceitável.

Uma forma de estimular os filhos à abertura para os outros é convencê-los com fatos de que vale a pena. É bom que vejam, por exemplo, que os seus irmãos e companheiros de estudo se comportam melhor com eles quando são tratados com generosidade, e pior quando são tratados de maneira agressiva.

Todos, um dia, paramos para pensar no motivo de termos a família que temos.

Por que esse pai, essa mãe, esses irmãos, enfim, por que nascemos onde nascemos?

Muitas famílias são conflituosas e têm relações difíceis, brigas, desentendimentos, desrespeitos, ciúmes, causando traumas e mágoas uns aos outros e imensa revolta.

Haverá um motivo?

Acredito que não são os descendentes do mesmo ancestral que revelam os verdadeiros laços sanguíneos – mas sim, pela comunhão de idéias, afinidades.

A cada ser humano lhe correspondem um pai, uma mãe, irmãos, marido/esposa e filhos.

Com todos eles temos uma ligação através da Lei do Karma.

Alguma coisa nós lhes devemos, e eles nos devem algo, de acordo com o nosso comportamento em vidas passadas.

Por isso às vezes nos toca filhos, pais ou irmãos com mil problemas diferentes.

Também podemos merecer pais /ou filhos que nos maltratam e abandonam. Um marido que atraiçoa e maltrata a sua esposa e vice-versa.

Somos o produto do nosso passado. Tudo o que temos ou não temos, tudo o que sofremos, que sabemos ou não sabemos, é resultado de nossas ações anteriores.

Isto não significa que o nosso destino esteja traçado deterministicamente.

Temos duas liberdades: a primeira consistiria na forma com que aceitamos os resultados de nossas ações anteriores e, a segunda, a liberdade que temos para nortear as nossas ações presentes, de tal forma que provoquem reações mais suaves no futuro.

O fenômeno cármico pode ser comparado com a imagem de um menino atirando pedras no espaço. A força com que uma pedra é atirada, o seu tamanho e a sua direção dependem da vontade, ou seja, do livre-arbítrio de quem a atira. A trajetória desta pedra no espaço depende do meio ambiente que atravessa e da lei da gravidade. Todo ser é livre para atirar uma pedra no tamanho, na forma e direção que quiser. Aí cessa a sua intervenção no fenômeno. A trajetória dessa pedra, a partir do momento em que ela sai da sua mão, já não lhe pertence e segue leis que fogem ao seu controle imediato, mas as conseqüências que esta pedra provoca em seu caminho são de inteira responsabilidade de quem a atirou.

O relacionamento familiar.

Se pensarmos em crescimento espiritual, que viemos ao planeta para resgatarmos o nosso carma e evoluirmos, concluímos que não é um mero acaso, fatalidade, sorte ou azar.

A família faz parte do destino e do caminho escolhidos pela alma.

O Universo é perfeito e tudo tem uma razão de ser.

No caso do carma familiar vai além do individual, um carma que pertence à família pode vir de muitas gerações anteriores.

Hoje, colhemos o resultado do que escolhemos ontem e plantamos o que colheremos amanhã. E a vida vai num eterno escolher, colher, escolher, colher...

Na relação familiar aparece um outro verbo que é o "acolher".

Será que precisamos acolher nossos parentes do jeito que são?

Estarão espelhando a nossa sombra?

Amar pessoas perfeitas é fácil. Mas, é com as difíceis que mais exercemos nosso lado divino e trabalhamos nossos defeitos, o que trazemos escondido e engavetado nos porões de nossa alma.

O reencarnatória é o único recurso possível de transformar o que era nocivo em algo saudável.

Mas... Como amar um ser a quem votamos antipatia e desprezo, num intervalo curto de tempo terreno, como se fosse um processo mágico?

Energeticamente, o fluido que emitimos na direção daqueles que não se simpatiza são muito densos e, para serem transformados há necessidade de que a sabedoria das leis divinas atue através do tempo.

Quando há uma consciência desenvolvida, geralmente eles se aninham em famílias onde determinada ilusão está sendo experienciada ao extremo. Pela natureza da sua missão, a energia se torna bloqueada – estagnada. Quando há desafetos, todo grupo familiar contribui indireta ou diretamente para o desencontro. Geralmente, elegem um como bode expiatório.

Estes seres sentem que é sua tarefa é auxiliar e que a energia flua outra vez naquele lar.

Toda jornada desta criança para a idade adulta, e até para a velhice, pode ser vista como um desafio para reencontrar a sua própria e inata luz interior.

O desafio é começar, saber, e sentir no fundo de si mesmo:

- “Este sou eu, e isto é o que eu vim trazer aqui.”.

É por isso que os espíritos evoluídos nascem em famílias difíceis são perseguidos, ignorados, maltratados, desrespeitados!

Com o passar do tempo, quando os pais já estão idosos porque não inverter os papéis, como sendo eles os filhos – com o propósito de ampliar uma realidade luminosa, onde há tranqüilidade liberta da vaidade?

Assim a trilha segue - determinado projeto para a própria iluminação é o cumprimento da tarefa terrena. Não é tarefa de carregar outras pessoas! A tarefa é construir uma trilha energética, através do próprio crescimento interior e vá desapegando-se do inútil, o supérfluo.

No caso do carma familiar há problemas que podem se repetir muitas e muitas vezes, podendo vir de muitas gerações anteriores.

O objetivo da família é justamente, promover a superação desses conflitos.

Somos os criadores de nossa própria felicidade e de nosso sofrimento, pois todas as coisas têm origem na mente. Sendo assim, precisamos assumir a responsabilidade por tudo aquilo de bom ou de ruim que experimentamos.

Esforçar para não permitir que os laços familiares se enrolem em nosso pescoço e nos sufoquem!

Sobretudo, trabalhar e procurar resgatar nosso carma, senão ele retornará em outra encarnação.

“Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro”... Dalai Lama

Marília
Enviado por Marília em 28/06/2010
Reeditado em 27/05/2014
Código do texto: T2346297
Classificação de conteúdo: seguro