A PRAÇA

Praça segundo o dicionário Aurélio é um lugar público cercado de edifícios. Na verdade “a praça” é um espaço que está presente em qualquer cidade. Serve de ponto de encontro e recreação para seus usuários porque é lá que está a pipoca, a banca de revista e outras maravilhas.

Também nas praças encontramos geralmente lindos jardins, às vezes lagos e chafariz. Ou quando não, monumentos históricos e igrejas aos seus arredores. É um lugar de encontros de amigos, que trocam informações e discutem problemas da nação. “A Praça” é o ponto preferido dos aposentados, que passam a dar expediente neste agradável local, jogando dama ou baralho em baixo de árvores frondosas ou caramanchão.

Pois bem, toda cidade tem mais de uma praça. A minha não foge a regra. Só no centro da cidade nós temos a Praça da Graça, a Praça Julio Augusto, a Praça Lima Rebelo, A Praça da Mulher do Pote, a Praça Antônio Dumont e a Praça Santo Antônio. Nem sei se disse todas.

Bom, eu quero dedicar o texto de hoje a Praça Santo Antônio. Não porque ela seja a maior, a mais arborizada e a mais bonita da cidade. Mas, porque ela marcou minha infância e adolescência uma vez que ela ficava no caminho do Colégio Nossa Senhora das Graças onde estudei dos seis aos dezoito anos.

A Praça Santo Antônio tem esse nome porque fica localizada em frente a Capela de Santo Antônio do Colégio Nossa Senhora das Graças. Ou será que a capela tem esse nome por causa da praça? Esta praça é embelizada pelo verde de suas frondosas árvores, pés de oiti, que sombreiam ses bancos quando o sol está acordado. Ao centro deste logradouro vê-se “O Monumento do Centenário”, inaugurado em 1944, por ocasião do primeiro Centenário da cidade. Foi no dia 14 de agosto de 1844 que Parnaíba foi elevada a categoria de cidade.

Muitas feiras de artesanato e demonstrações esportivas eram apresentadas nesta praça. Lembro – me bem de um atleta de nome Sousa Filho que rodou 7 dias e 7 noites de bicicleta ao redor da praça Comia, bebia e fazia as demais necessidades pedalando. Era um divertimento para os estudantes. Nesta praça tinha de tudo.

Na esquina da praça ainda hoje tem uma famosa sorveteria, que convidava os estudantes, casais de namoradas, saborearem essa guloseima tomando uma gostosa brisa sentada no banco da pracinha.

Hoje ao passar por lá, lembrei-me da melodia do Ronnie Von: A mesma praça, o mesmo banco, lá não há mais flores, mas tem o mesmo canteiro de jardim. Lá, nem tudo é igual. Os estudantes não tomam mais sorvetes e nem come pipocas na praça, vão ao shopping. As crianças não andam mais de velocípedes e bicicletinhas neste espaço. É perigoso.A pracinha hoje não é mais o recanto predileto dos namorados. São as boates, os bares, as baladas.

Quem viveu a época da "pracinha" sabe que não existe nada melhor que trocar beijos enamorados neste logradouro público “provocando os casais, amando mais do que o amor é capaz”.

Você já trocou juras de amor num banco da praça?

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 30/06/2010
Reeditado em 29/04/2020
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