SERÃO LOUCOS OS POETAS?

Há quem diga serem loucos os poetas. Loucos por quê?

Por que se atrevem a sonhar em versos, cantam amores, choram suas dores (e as da humanidade), derramam a alma em palavras, dão vida à fantasia? Loucura? Talvez. Quem poderá afirmar? Talvez loucura seja não sentir, não viver a paixão, mesmo que em sonhos, não extravasar emoções...

Loucura talvez seja a vergonha de se admitir humano, de confessar que existe o amor, que existem alma, coração e sentimentos, ainda que aprisionados. Mas, se o poeta é um louco, viva a loucura! Benditos esses loucos que gritam ao mundo alegrias e dores, dando voz àqueles que não o conseguem, permitindo a todos espelharem-se em seus versos, fazendo suas as palavras lidas, reconhecendo nelas emoções e sentimentos que não ousam confessar.

Benditos loucos que transparecem a alma, que se entregam sem medo às críticas alheias e expõem as entranhas aos olhos céticos e irônicos do mundo. Benditos esses loucos que com sensibilidade – dom divino – cultivam uma das mais belas artes: a Poesia.