1º Encontro de poetas do Recanto das Letras – A residirem em Portugal

Venho neste singelo texto lançar umas breves palavras sobre o primeiro encontro de poetas do Recanto das Letras a residirem em Portugal, que teve lugar na cidade de Coimbra no dia de ontem.

Assim a frio (ou será a quente) apenas me podem sair algumas palavras pouco elaboradas, mas emocionadas.

Como é diferente a atmosfera que ali se respirou, daquela que estamos habituados, quando convivemos com alguém que está do outro lado de um computador!...

Em cada pessoa, inevitavelmente uma personalidade distinta e formas de ver e sentir a poesia: Os cumprimentos, os sorrisos, as diversas tonalidades de voz…

Tanto coração aberto e disperso pelos recantos da vida!...

Ah doce e impagável convívio!...

Corações que se libertam por breves instantes…

Sim, porque são sempre breves os momentos de alegria.

O tempo parece um cavalo de corrida quando se desfrutam e saboreiam as nossas paixões. E a poesia é a nossa paixão maior!

Como é interessante o espírito que norteia estes corações. Tantos sonhos desfilam ante o nosso olhar e percebemos o quanto é difícil encontrar quem fale a mesma linguagem no nosso dia-a-dia.

Porque não dizer que a frustração de muitos poetas é não encontrar frequentemente quem ouça e comungue os seus gritos de revolta, que são como que um desabafo que vai caindo sucessivamente em saco roto.

O brilho que salta no olhar de cada um reflecte a emoção do momento e esse brilho vai-se intensificando a cada pormenor que se desnuda deste ou daquele colega de amores literários.

Inevitavelmente encontramos momentos e assuntos em que as ideias se chocam, mas isso é perfeitamente natural, pois antes de sermos poetas e sonhadores, somos primeiro que nada, homens e mulheres atentos aos acontecimentos quotidianos.

E depois, quando chega a hora de partir, cada um vai para seu cantinho, percebemos que vamos todos um pouco mais enriquecidos, levando no coração mais uma ou outra flor de alegria que o destino nos concede.

Por isso ninguém pense que isolando-se por completo dos seus semelhantes, poderá alguma vez evoluir como ser humano, por muita paz que ache que encontra… Ficará sempre um enorme vazio em seu peito por preencher.

Por aqui fico, com estas palavras simples, pois é com palavras simples que eu sei falar ao coração.

O meu abraço para todos os colegas do Recanto, desejando Paz, saúde e solidariedade para todos, na confiança que se hoje foi bom, amanhã só poderá ser melhor!

Abílio Henriques, 10/09/2006

(NOTA: Novos textos serão escritos oportunamente, referindo o encontro mais em pormenor, por outros recantistas presentes no encontro.)