O burro e o Alazão

Nova Iorque é a cidade que nunca dorme, onde as pessoas andam pra lá e pra cá, numa aglutinação tal qual Babel, onde todas as línguas se encontram. É neste lugar mágico do mundo, em seu coração verde chamado Central Park que seguia uma linda charrete levando um par de enamorados que perdidos em beijos ignoravam o cenário, e o lindo alazão que marchava pomposo. Seu pêlo reluzia, e sua cabeça de animal fino, estava sempre erguida. Nisso passou uma velha carroça apressada puxada por um burrico cinzento e desdentado que sem ver a charrete cortou-lhe a frente. No mesmo instante, o alazão protestou gritando frases impublicáveis, e então uma exaltada discussão seguiu por vários metros, bradando-se ofensas de lado a lado, em que se proferiam absurdos após absurdos, vindo participar da conversa até mesmo suas inocentes mães. A discussão só terminou quando o caminho se bifurcou, e cada um seguiu para seu lado. Ao chegar ao destino final, os beijos se cessaram e os enamorados apearam da charrete, e se despediram do burro que os levara até ali. — Juro que tinha achado este animal mais belo quando partimos. Comentou o homem para sua amada.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 14/07/2010
Reeditado em 15/07/2010
Código do texto: T2377480
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