****Escrever é viver****

Desde minha infância gostava muito de escrever pra mim mesma, qualquer fosse o motivo. Nas idas ao supermercado me perdia em meio aos cadernos, blocos de anotações, aqueles que os adultos usam para coisas do cotidiano. Eu tinha vergonha, preferia guardá-los só para mim, quando estivesse só nalgum canto da casa, ou do quintal. Não escrevia tão bem como milhares; e sim, com enorme sentimento daquilo que me cercava, fosse triste ou alegre. Não dizia nada a ninguém, poderiam rir da menina espivitada, apaixonada pelas poesias que os colegas deixavam nas capas internas de meus cadernos.

Durante um tempo me calei, minha mãe tirou de mim, sei que foi sem pretenção de me magoar, e eu não dava motivos, e isso me marcou no dia em que soube que desfizera daquelas tralhas minhas.

- Fica guardando essas porcarias que não te servirão de nada. Me calei, enquanto as lágrimas tomaram lugar da voz.

Somente com o passar dos anos, depois de conhecer a maternidade, saber o verdadeiro peso de um amor é que voltei a registrar meus segredos. Já contava com um vocábulo maior, pois esse a quem me tocou por inteira foi o autor dessa proeza.

Era hora de retornar à escola, crescer e aprender muito, a ponto de sentir a leveza em cada alma que habita esse corpo.

Sei que não voltarei a amar outro alguém, nasci pra sofrer, mas jamais deixar de sorrir, podendo contar com a bondade dos amigos, sejam reais ou virtuais.

Escrevendo, vou vivendo...

Estela

16-07-10

Estela Maris
Enviado por Estela Maris em 16/07/2010
Código do texto: T2380898
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