O poder das palavras

O PODER DAS PALAVRAS

Quero fazer uma proposta de reflexão sobre as palavras, o que dizemos e como dizemos e o cuidado no seu uso.

Palavras, depois de pronunciadas, nunca mais poderão ser apagadas ou alcançadas, pois aquilo que dizemos, marca o momento, ficam no ar, reverberam...

As palavras norteiam nossa vida. Nós as usamos para tudo. Há uma linguagem até no silêncio, nas palavras não ditas. Há sempre significados.

Tiago, um dos evangelistas, assim escreveu: “Com a língua bendizemos a Deus Pai e com ela amaldiçoamos os homens feitos à semelhança de Deus” (3:9), e ainda, “ De uma mesma boca procedem bênçãos e maldição” (3:10).

É no cuidado em proferir que precisamos nos atentar e estar cientes de que nem sempre o que falamos é entendido pelo outro da forma como desejamos.

Quantas más interpretações já não vivemos?

Mas, quantas vezes não estamos cheios de raiva ao proferirmos nossos pensamnetos?

As palavras estão impregnadas do sentimento que trazemos no coração, por isso há as bem ditas e as mal ditas. As palavras têm poder!

Leonardo Boff nos dá um exemplo de uma prática muito comum, em seu livro Saber Cuidar, sobre o uso do bom dia. Fazemos seu uso várias vezes numa mesma manhã, com diversas pessoas, mas os que estamos dizendo? Qual o seu significado? Ele nos explica que Júpiter na mitologia romana é o deus criador do Céu e da Terra, dos deuses e dos seres humanos e por trás da palavra “Júpiter” há os seguintes significado: jow, do sânscrito dew, que significa luz, brilho, claridade; e pitter, do latim, significa pai, então Júpiter é o pai da luz. Da raiz sânscrita dyew, subjacente à língua grega, latina, germânica, céltica e lituana, proveio a palavra deus e dia, dessa forma, remete-nos à experiência de luz. A luz que nos dá alegria de viver, que nos permite ver e nos livrar da escuridão, do erro e do medo. Então, desejar um bom dia a alguém significa desejar um bom deus da luz em seu caminho.

Então, ao desejar bom dia, diga com seu coração, pois a luz nos leva ao caminhos de paz e realização.

Há outra palavra que gostaria de compartilhar: “namastê”, uma palavra também sânscrita que virou moda por causa de uma novela recentemente veiculada. Essa palavra invoca a percepção de que todos compartilhamos da mesma essência, da mesma energia, do mesmo universo.

Ao proferirmos esta palavra estamos saudando o outro dizendo que o Deus que em mim habita saúda o Deus que habita em você. A minha essência saúda a sua essência.

O gesto de juntarmos as mãos ante o coração e inclinarmos a cabeça significa que mente e coração estão em harmonia para que nosso pensar e agir estejam em sintonia com a verdade. Também é um gesto de reconhecimento de que no mundo há forças positivas e negativas, direita e esquerda, claro e escuro, bem e mal e sugere nosso esforço em manter o equilíbrio e assim, nessa busca, encontrarmos a justiça.

“O fruto da justiça semeia-se na paz para os que exercitam a paz” (Tiago 3:18).

Que tenhamos clareza ao pronunciar nossas palavras para que sejam instrumentos de propagação da paz.

NAMASTÊ!