ELEMENTOS MÍTICOS DA CIDADE
DE SÃO PAULO
 

 Ao falarmos dos vários aspectos
culturalizantes
que envolvem certos mitos...lembremos
que tudo
aquilo que é mítico tem envolvimento
com certos
mitos...já que os dicionários classificam
o mítico
(do grego mythikós) como uma relação
que se estabelece
com os mitos ou que se refere à
natureza deles...

Assim...quando mencionamos os elementos
 míticos
de uma cidade, temos de buscar antes de
mais nada
a sua historiografia, e seus elementos
circundantes,tais
como a sociologia,a psicologia ,e mesmo
a economia.
Mítico é caminhar pelo quadrilátero da Av.
Paulista,e logo à direita caminhar por
exemplo
pela Rua Augusta,
que num passado não muito distante era
tida como um mito...por sua elegância e
bom gosto,
onde chegavam limousines com suas
madames e seus
impecáveis poodles brancos e negros...
perfumados com fragrâncias parisienses.
Era um luxo só...
A Rua Augusta atraía também a juventude
para sua
vida noturna e era chique,senão mítico,
namorar pelas
ruas e logo se enfiar nas boates dançantes.
No entanto a cidade
de São Paulo cresceu e se transformou
exatamente no que Mário de Andrade
já previra...uma  Paulicéia Desvairada.
Sua poesia
é a marca indelével de que grandes
mudanças estariam
acontecendo no futuro desta mega-cidade,
hoje notadas aqui e ali.A idéia de Lavoisier
de  quenada se cria, mas
tudo se transforma, é quase que um
axioma perfeito para esta cidade de
crescimento abrupto.
O mítico misturou-se ao  tecnológico...
chegando até a um extremo
da criatividade ilógica...

Karl .Reuter...filósofo e professor de
professores demúsica,
ainda vivo, criou peças musicais baseadas
no atonalismo e
ainda,para enaltecimento de seusenso
mítico (porque o
mítico também está inseridono que é
fabuloso...) criou
uma extensa peça musicalerudita onde seus instrumentos eram
máquinas da indústriapesada produzindo
ritmos que depois
foram organizados harmonicamente, gerando
o queele chamou
de o canto dasmáquinas...E no meio da
barulhenta São Paulo...
os ruídosmaquinados por um Reuter que nós classificaríamos
como mítico, já que prodigiosamente pródigo.

Da Av. Paulista, moderna,desço pela
Consolação atéo velho centro
onde se encontra o mítico Vale doAnhangabaú...
cujo passado repleto
de mitos tem emseu próprio nome a marca
tupi-guarani pois ao analisarmos a
origem desse
vale vamos notar que suaetimologia se prende a duas palavras indígenas..
Uma é Anhangá, figura mítica que significa
demônio e a a outra
palavra é Baú  que significa pedra,
todas as duas de origem tupi-guarani.
que ao se juntarem
mostraram claramente que a pedra do
demônio é onosso conhecido Anhangabaú...
Mas quem passa
porali...nem sabe disso...nem sabe o que
significa...e também
não sabe que seus tataravós um dia estiveram
alí nesse vale pescando.Sim...
pescando...porque no Vale do Anhangabaú
passava um rio onde 
aqueles  poucos que por ali viviam tratavam
de pescar  uns peixinhos para levar para suas casas...lambaris,traíras,acarás etc.

Assim , quando pensamos em elementos

míticos temos às vezes
de restaurar  o passado, hoje escondido da
maioria,
porque o crescimento urbanodesordenado
cobriu muito do mítico...
e nada mais pode ser igual, tecnologicamente
falando, inclusive porque
parte dos mitos se perderam...e hoje o mítico
é caminhar pelos Shoppings.
Afinal, fazer compras é uma aventura mítica...
ou será que não?
 
 
 
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Autor: Cássio Seagull
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Crônica que fiz em 27-07-10 às 16.30 h em SP
Lua cheia – nublado – 17 graus
Beijos e abraços para você...boa quarta.
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