Covardia

Está ai uma palavra complicada de descrever. A covardia é normalmente usada para descrever o ato de uma pessoa forte, confrontar uma pessoa fraca, para poder se destacar de alguma maneira.

Nem precisa ser um desafio no sentido físico da coisa. Às vezes é o refugio dos competitivos frustrados, dos prepotentes desiludidos e arrisco a dizer, dos bem amados.

Sim, você, que não sofre de paixonite aguda, não deixa de ser um covarde, brincando com os sentimentos alheios, assim sem maiores consequencias. Sabe que não pode vencer contra os teus iguais, então toma a iniciativa com aquelas que sabe que vai ter êxito.

Tem por breves instantes o prazer da conquista - reconquista na maior parte das vezes, e depois o prazer da vitória, de ter novamente a pessoa aos seus pés.

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Por outro lado, também vejo a ambiguidade da covardia, pois rotulamos àqueles que não tem a coragem necessária para tomar determinada ação. Ou as vitimas que por medo, não revidam.

Parece um pouco injusto chamar agredido e agressor do mesmo modo, certo? Mas é a realidade, porque na verdade, o que falta é atitude.

O agredido normalmente se põe no meio de quatro paredes, que podem ser reais ou não, e se fecha, até que o agressor tenha ido embora de vez, ou que alguém destranque a porta de saida.

Nós, carentes mau-amados de plantão, temos que tirar a certeza de vitória dos mais afortunados. Devemos parar de responder emails, de atender telefonemas e de plantar coencidências, devemos mostrar a nós mesmos que somos fortes o suficiente para resistir a tentação e que não precisamos dele (a) para ser feliz!

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Chega um sms: "Deculpe não ter ligado ontem, mas tive um imprevisto, te pego às 8h para um cinema?"

A resposta "Não tem problema, te espero às 7:30"

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Covarde.

Covardes.

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Baseado na crônica do mestre, Antônio Prata.