Meus medos
O medo é uma coisa engraçada.
Para uns, pode ser sinal de fraqueza. Para outros, simplesmente um meio de defesa puramente instintivo. Eu me encaixaria no segundo, definitivamente.
Mas afinal de contas, o que é o medo? Será ele o mecanismo que a nossa mente aciona quando estamos em uma situação de risco (ou que pelo menos ela entende assim)? Ou será que não passa de um condicionamento emocional para nos livrarmos de algo que nos ameaça?
De uma forma ou de outra, podemos entender o medo – ou tentar entendê-lo – como um sentimento (ou um estado) que é inerente aos animais, racionais ou não.
Já é sabido que os animais são capazes de demonstrar seus “sentimentos”, suas sensações. Mesmo sem se darem conta disso, conseguem, através dos seus instintos, externar aquilo que lhes incomoda e aquilo que lhes agrada.
Quanto a nós, humanos, que nos julgamos capazes e conhecedores de várias coisas, tentando inclusive, a todo instante, classificar e quantificar todos e tudo a que temos acesso, certamente pegamos o caminho oposto ao dos nossos companheiros animais, escondendo e tentando camuflar os nossos sentimentos e sensações que não conseguimos lidar, muitas vezes, naturalmente.
Por essa razão, posso afirmar que os meus medos vão ser justamente aqueles que mais me fazem questionar o próprio ser humano: as suas habilidades e a sua falta de limites. Talvez sejam esses os meus maiores medos. Talvez sejam esses os temores que me assolam ao pensar em medo. O meu medo é a própria falta de medo das pessoas...