Que saudade da Tia Ana!

Hoje, depois de mais de dois anos de ausência resolvi voltar ao site do Recanto das Letras em busca de um artigo que pudesse ilustrar uma crônica que tinha de enviar ao Jornal do Interior do meu amigo José Carlos Matheus.

Aproveitando isso, resolvi dar uma lida nas crônicas que havia escrito e para minha surpresa a ultima datava de 7 de dezembro de 2007 e nela eu fazia uma alusão a morte de uma tia da minha esposa e falava das minhas tias e das tias dos meus amigos e conhecidos.

Para exemplificar citava uma: a tia Ana, mas falava apenas que era uma cozinheira de mão cheia e que fazia um empadão de presunto e queijo que era uma delicia. É fazia...

Tia Ana nos deixou já há algum tempo. Morreu, lá em Florianópolis, longe das pessoas que mais amava: seus sobrinhos e eu me encaixava, com muita felicidade, nesta categoria.

Por muitos anos convive com esta senhora que era brava e amorosa ao mesmo tempo. Tinha um sorriso dos mais belos já vistos e ao mesmo tempo uma cara de zangada maravilhosa.

Com ela passei parte da minha infância, da minha adolescência, da minha mocidade e da minha vida.

Com ela vivi momentos que jamais esqueci e vou esquecer.

Até hoje quando sento a mesa em minha casa, sua face me vem à mente. Era em volta das mesas que adorávamos conversar.

Ela, que dizia estar sempre fazendo dieta, aproveitava um bolo qualquer e ia, aos poucos, tirando pequenas fatias e dizendo que “estava acertando o bolo”. Dizia isso e dava risadas. Que risadas lindas!

Tinha também outras manias, como sempre andar com uma bolsa ao lado quando estava na casa de estranhos, adorava musica, teatro, cultura.

Formou-se no magistério, mas nunca exerceu. Ou melhor, exerceu sim com suas filhas e comigo quando ficava de recuperação e ia para o Rio, para sua casa estudar.

Passar férias em sua casa não era castigo, era prêmio. Era felicidade!

Lembro-me da última vez que a vi. Foi na casa de meu tio Helio e ela estava se despedindo.

Ao sair, ela me chamou pelo meu nome todo, coisa que só ela fazia, me deu um beijo e um abraço. Foi sua última prova de afeto comigo. No outro dia tia Ana foi embora com sua filha Tereza e nunca mais a vimos, mas tenha ela a certeza de que nunca foi esquecida por aqueles que tanto a amaram!

Hoje, tia Ana deve estar ao lado de Jesus preparando aqueles pratos tão gostosos que só ela sabia fazer, porque fazia com amor!

Fernando de Barros
Enviado por Fernando de Barros em 04/08/2010
Código do texto: T2418237
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