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Crônica da Experiência




   Ninguém nasce sabendo. Ninguém se torna experiente sem sofrimento. E todos têm que praticar sempre para continuar dominando o saber. Ninguém é dono da verdade, mesmo porque ela não é propriedade de nenhum ser vivo. Em nome das transitórias certezas e da ciência muita barbárie já foi cometida. Muitos doutores e sábios inquestionáveis já sucumbiram ao nascer do sol, o qual se repete todos os dias, independentemente do que pensam, dizem ou escrevem os pobres humanos.

   Veja bem, quanto mais jovem e inexperiente, mais agressiva e arrogantemente se comportam os candidatos à sabedoria plena. Em contraponto, quanto mais se aprende, mais se agiganta a sensação de impotência perante a nossa pequenez. Atitudes que antes tomaríamos sem medo, hoje nos fazem refletir sobre suas possíveis conseqüências. É o andar da carruagem e assim deve ser: unir a impetuosidade do jovem com a sabedoria de quem já viveu e já errou mais deve ser o objetivo a ser alcançado. Feliz da sociedade que assim funcionar. Seus problemas seriam minimizados. Tal como os antigos filmes onde a atitude bélica do índio jovem sempre era freada pela atitude pacífica e salvadora do cacique, chamado de “selvagem” pelos caras-pálida.

   Mas o mundo não se comporta assim, para nosso pesar. A estupidez travestida de moderna impetuosidade está escancarada em qualquer esquina, universidade ou tipo de mídia. Imbecis de plantão sempre vociferam suas asneiras parar quem quiser ouvir. E o pior: convencem à maioria sobre a necessidade das guerras e outras tantas disputas. Transformam o esporte em campo de batalha. Fazem da política um jogo sujo de poder, o qual não emana nem se faz para o povo. Jogam com os números criando mil falsas estatísticas sociais.

   O comportamento competitivo é visto como uma qualidade necessária no mundo atual, mas em nome dele muita injustiça é cometida, em função da desigualdade social. Já a experiência ironicamente é desprezada em sua essência. O comportamento agressivo infelizmente é também almejado por outros tantos, como já salientei antes em minha crônica “Comportamento animal”.

   Louvemos então os ingênuos tempos idos dos caciques, mocinhos e bandidos, onde pelo menos na telinha, sabíamos “quem era quem” e em quem confiar...



Max Rocha
Enviado por Max Rocha em 05/08/2010
Código do texto: T2420095
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