Devaneios Côncavos

DEVANEIOS CÔNCAVOS

Às vezes sinto-me ½ louco, ½ inconstante. Devaneios côncavos, realidades convexas. Minha vida não é uma constante: o quociente de problemas não se equaciona com a probabilidade de resoluções. Há muito perdi a reta e o que está contido em mim é ≠ de tudo aquilo que planejei, não consigo identificar o elemento que me prende ao passado, no entanto percebo que muito pouco mudou. Há instantes que penso: “ta tudo =!”

Talvez nossa relação seja mesmo inversamente proporcional, pois o Máximo Divisor Comum existente entre nós são números primos e letras presas entre chaves e colchetes sem expressões significativas. Parênteses de uma existência que se constrói a partir de giros de 360°. Por isso percebo meu passado contido no conjunto de minhas ações presentes.

E assim existo: uma fração do que fui, - de de tudo aquilo que gostaria de ser, movido pelo ódio amargo dessa inércia que me prende a essa área imutável. Meu Deus, minha vida é um triângulo retângulo! O passado, o tempo e o presente são catetos retos e giram em aspirais de 360°.

Meu Deus, minha vida é pura matemática!