INVENÇÃO

A gente vive inventando coisas. Até doença a gente inventa. O melhor mesmo é não ter tempo para inventar senão a gente pode fazer besteira. O Professor Pardal, por exemplo, emprega todo o seu tempo criando e ele mais erra do que acerta. Se bem que é bem intencionado, pior é o Professor Gavião, inventor do mau.

Mas, às vezes eu fico pensando como é que a gente vivia sem certas invenções. O telefone celular, por exemplo, ele foi lançado no Brasil por volta de 1990. Como era que antes dele a gente encontrava as pessoas? Acho que era deixando recadinho e se deslocando até ao local onde se imaginava que ela estaria. Havendo a probabilidade de não encontrá-la e fazer uma viagem à - toa . Eu nem me lembro mesmo como era que isso funcionava. A gente se acostuma bem depressa com as coisas boas. Hoje se a gente perde o celular fica em pânico, parece que a metade da nossa vida acabou. Se for um profissional que precise fechar um grande negócio ai é que o bicho pega, até porque ninguém hoje tem mais agenda de papel, está tudo no celular.

Outra coisa que essa meninada não acredita é que a gente fazia pesquisas escolares utilizando infinidades de livros. A gente consultava metros e mais metros de livros que se encontravam arrumadinhos nas prateleiras das bibliotecas. Hoje é só colocar no google que se encontra resposta para tudo. O site de busca hoje é indispensável. Na verdade a internet é fundamental na vida de qualquer um. Se ela dá pane é um dia sem informações e sem amigos. Acho que hoje temos mais amigos virtuais do que reais,

Agora as baixinhas assim como eu, tem mesmo é que agradecer a magnífica invenção de Luiz XV, o sapato salto. Além de colaborar em elevar a estatura das mulheres minúsculas dá aquele toque de elegância. Quantas mulheres altas valorizam “estar no salto”. É chique bem.

Já, por exemplo, o brinco que também dá uma caprichada na mulher eu não sei ao certo quem inventou, acredito que provém de alguma tribo indígena. Agora, o batom, tem origem africana, a tribo Knuiá-papu pintava os lábios de suas índias virgens de vermelho para distinguir das demais. Hoje, como a virgindade não é mais importante, independente de ser ou não donzelas as mulheres usam batom vermelho e de muitas outras cores também. Eu sempre costumo dizer que a mulher elegante não dispensa o batom, o brinco e o salto.

A invenção que o dia tem 24 horas e que a gente tem que dormir, vai me impedir de ficar elencando uma quantidade enorme de inventos que se incorporaram em nossas vidas, às vezes facilitando o nosso dia-a - dia, ou contribuindo para melhorar o nosso visual, a nossa cultura e o nosso saber.

Estou indo me recolher. Matar esse sono danado na minha caminha macia, sem saber quem inventou o sono, a cama e o gostoso travesseiro de pena de ganso que vou apertar contra o meu peito deixando parte dele para o descanso do rosto.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 19/08/2010
Reeditado em 23/04/2020
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