MÃE, EU VI UM BICHO

Lêda Torre

Colinas, era de sessenta e tantos... meu mano Fernando Júnior sempre foi muito treloso, brincava às vezes sozinho, e adorava inventar coisas. Era um artista em potencial o garoto. Certa tardinha, lá pelo quintal de nossa casa, mais ou menos às seis horas da tarde, as galinhas já estavam subindo no poleiro para dormirem, quando o menino Júnior estava lá , disse ele que arrumando as aves para dormirem. Ele tinha mais ou menos uns cinco a seis anos. Só que a esta altura estava por lá pelo quintal, mas mamãe e papai não sabiam ainda...

O mano mais velho , o José Fernando, lá pelos seus 13 anos fora lá na cozinha quando viu um vulto passar e saiu em disparada gritando: “mamãe, papai, vi um bicho, acho que um fantasma, isso já gaguejando só de medo...

Meu pai tomou pela mão o mano Dedé, o José Fernando, e ambos foram até o local onde o medroso dissera que viu um bicho...vendo que alguém estava vindo lá para o quintal, perto da nossa cozinha o local, o arrumador de galinhas, estava vindo com a cara mais lavada desse mundo, e meu pai perguntou:” quem está aí?”, e o garotinho respondeu: “é eu papai...estava só ali arrumando as galinhas pra dormir.”

E como a maneira dele se justificar era tão engraçada, meu pai foi logo sorrindo, mas disse pro Júnior: deixe de brincar com as aves, senão vão te beliscar e nada de fazer medo pro seu irmão. Foi engraçado, porque o maior garoto era que estava com medo.... e ele bem maior, ficava injuriado porque o menino Júnior costumava apanhar os brinquedos que o José fazia para brincar, como carrinho de flandres, de lata de óleo de cozinha, de sardinha, e os pneus de seus carros, era sempre feito da borracha de sandálias havaianas velhas, o menino José Fernando sempre foi um grande artista, e de medroso se transformou num grande coronel da Polícia Militar do Maranhão, que hoje serve nosso estado, um homem de valor e íntegro. Esta crônica serve até para homenageá-lo.; pois é, a vida tem desses momentos engraçados..

______São Luis, agosto de 2010____________________________

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 21/08/2010
Reeditado em 03/06/2015
Código do texto: T2450212
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