Esperança

       Esperança é para mim uma palavra quase sem sentido. Os que me conhecem, ou já tiveram a curiosidade de ler meus textos, nem que seja simplesmente para discordar, sabem que não valorizo muito a esperança.
 
       Valoro sim a ação, o planejamento, a coordenação em prol de algum estado existencial mais humano e mais natural. Valorizo o trabalho, a luta, a busca, a procura, a coragem de se lançar em uma jornada que pode ser nunca alcançada, que tenho a certeza não depende só de minhas ações, mas onde terei a certeza de não ter sido omisso.
 
       Por mais verdadeiros que sejam meus planos de ação, a esperança não faz parte deles. Busco alcança-los, mas jamais espero que eles se tornem verdade, eu tento construir suas verdades. Ninguém jamais saberá se um plano algum dia se tornará realidade. Só poderemos afirmar que algo se tornou realidade quando não mais for plano (futuro), e sim realidade (presente).
 
       A realidade do mundo é muito complexa. Milhões de interações ocorrem a cada instante, e não temos nenhum controle ou ação sobre a maioria absoluta delas.
       Muitas destas interações poderão se somar ao nosso plano e faze-lo florescer em uma realidade presente.
       Entretanto uma outra infinidade de interações poderá impossibilitar que nossos planos possam se concretizar. Isto não depende de mim, mas a vontade, a decisão, a coragem de partir para a conquista desta realização sim, depende de mim. E é isto que eu valorizo.
 
       Falava Vandré
       “Vem, vamos embora
          Que esperar não é saber
            Quem sabe faz a hora
              Não espera acontecer...”
 
       Eu diria que nem todos sabemos, mas todos podemos correr atrás de nossos planos e alocar nossos melhores esforços na construção de um mundo mais digno e de um homem mais sábio.
 
       Para terminar
       “Somos todos iguais
           Braços dados ou não...”
       Mesmo que para alguns os iguais sejam segregados por credos religiosos, princípios filosóficos, classes sociais, falsas separações de raças, ideologias politicas, posses, níveis culturais, demarcações territoriais, castas, e etc. etc. e etc...

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Caro Aureo Marins;
 
     Sua colocação foi muito sábia, por isso me utilizei do termo QUASE sem sentido... A relatividade da vida e da necessidade faz com que eu abomine o absolutismo dogmático... Perfeita sua colocação... MUITO Obrigado...

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 21/08/2010
Reeditado em 24/08/2010
Código do texto: T2451251
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