A comunicação global mal usada

A comunicação global mal usada

A livre concorrência é um fator importante para que o mercado leve as empresas a buscar a superação para continuar a ter seu lugar ao sol.

Naturalmente, quando se trata de bens de capital ou de consumo, o consumidor certamente ganha com isso, pois na superação, os preços passam a ser auto-ajustados conciliados com a qualidade.

Quando a política econômica privilegia e protege determinado segmento de mercado, o que temos como resultado no longo prazo é o atraso tecnológico, de cujo exemplo podemos lembrar o ostracismo a que foi lançada a população brasileira durante um longo período no que se refere à informática. Durante anos o governo brasileiro perdeu tempo mantendo a reserva de mercado para a informática, mantendo empresas que não evoluíram tecnologicamente, pois não tinham acesso ao capital e se tinham era insuficiente sequer para manter m simples programa de pesquisa e desenvolvimento. Quebradas as reservas, o povo se vislumbrou com as novidades que antes poucos conheciam, mesmo assim de contrabando, porque os grandes ícones (tá na moda isso) do Hardware e do Software não competiam no mercado brasileiro.

Enquanto eram protegidas aqui as empresas, com mercado cativo, lá fora o desenvolvimento seguiu a pleno vapor, com enormes quantias de capital sendo investidos em pesquisas, e novos produtos eram lançados a cada dia ao mercado.

De forma análoga, podemos imaginar que, hoje, com a livre concorrência, toda a população ganhou, muito embora exista ainda no atual governo, uma forma exagerada da busca da estatização de coisas que antes foram oferecidas aos investidores para sua exploração por período pré-determinado. O governo atual luta por desestabilizar, por exemplo, as Agências Reguladoras, que virou um celeiro de funcionalismo público obsoleto, enfraquecido, dando margem a serem criados órgãos paralelos para suprir funções.

Assim, tornaram-se enfraquecidas a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, onde em paralelo criaram a EPE - Empresa de Pesquisas Elétrica, a ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações, aqui apenas puseram um Ministro do ramo (Hélio Costa) que simplesmente interferiu em debates técnicos privilegiando sistemas para o país, que o povo sequer sabia o que seria o melhor. Assim, veio para o Brasil a TV de Alta Definição. Nas questões de TV via Satélite, até hoje temos empresas de fachada, que depois sabia-se tratava-se da mesma (Sky e DirecTV) que no Brasil estabeleceram-se como Galaxy Brasil, cujos serviços, além de exageradamente caros, eram de uma qualidade que se pode chorar. Denota-se aí, mais uma vez a ineficiente ANATEL excluída de diversos processos, e longe de regular a exploração desse mercado, de forma ordenada e levando essas empresas a prestarem um bom serviço à população.

Sabem por que essa luta? É porque elas, as Agências, foram concebidas de tal forma que o governo fique impedido do loteamento de cargos que a formam.

Temos um sem fim de exemplos no país, onde a desordem e o desmando em prol de facilitações do governo para coisas pouco discutidas com a sociedade.

O episódio do 1º. Debate entre os Presidenciáveis do pleito de 2010 promovido pela TV Bandeirantes foi lastimável, pois, em concorrência desleal, a TV Globo optou por passar um jogo de futebol, pela Libertadores, no Morumbi – SP, entre o Internacional de Porto Alegre e o São Paulo Futebol Clube. Isto no dia 05.08.2010, uma 5ª. Feira, dia que tradicionalmente a Globo nunca passou jogo de futebol. E era uma Semi-final, quando o SPFC ganhou por 2 a 1.

É claro que quando o jogo terminou, o debate já estava no seu final.

Seria uma exceção?

Não, certamente NÃO!!!!

A Globo sabe, como todos sabem, que a paixão por esse esporte sempre fala mais alto para a população, com ênfase para os que são os mais deserdados da sociedade, tendo apenas isso como diversão. É o circo para os que não têm o pão.

Foi uma típica decisão tendenciosa e estúpida, que passou despercebida para muitos, porém, sabemos que é uma forma indireta de ajudar um ou outro partido político. Mas, o grande prejudicado, não foi a Bandeirantes e sim o pobre cidadão, que ficou desinformado. Assim, o desserviço que prestou essa emissora poderá ser um grande fator na decisão do eleitor no próximo dia 3 de outubro, quando teremos esse mesmo cidadão indo às urnas.

Não muito diferente de tudo isso, à medida que a TV brasileira, outrora um fator de integração nacional, com sinais livres, onde a população realmente tinha um lazer de boa qualidade, embora com grandes deficiências técnicas, mas serviam o público em geral.

Hoje, todas elas querem privilegiar programas na TV por assinatura, paga pelo consumidor, como se fosse uma espécie de instalação d luz ou água na residência do cidadão. Com essa gana, jogou no lixo a TV aberta, para que o cidadão não tivesse outra opção. Com isso lançam também os pacotes de sinais para a Internet, e telefone juntos. Nos contratos, de forma desavergonhada, falam do que garantem: por exemplo a quantidade de Bits que dizem ser de 1, 2, 3 Gigabits ou mais, no entanto nas miúdas letras garante no máximo 10% disso. Uma vergonha. É necessário o cidadão descobrir tais falcatruas, buscar o entupido judiciário, a Lei do Consumidor (Deus a mantenha!), para ver seus direitos de cidadão respeitados. Onde estão os organismos reguladores desse país? Não seriam eles a mão do poder concedente a controlar esses quesitos?

Foram destruídos, sabem porque? Porque é necessário que o povo não tenha a quem lançar mão em defesa de seus direitos constitucionais, e que esses órgãos sejam loteados de personagens ligados aos partidos políticos, façam concessões às empresas que exploram esses nichos, em troca de alimentação do sistema eleitoral brasileiro, onde o financiamento de campanhas políticas faz uso de uma parte e o restante vai sendo distribuídos na longa cadeia de sugadores das tetas do governo. Esse é o processo lastimável incentivador do surgimento de empresas e organismos a vilipendiar o pobre e exaurido cidadão. Nessa orgia surgem empresas de sucesso estonteantes, e não sabemos com que capital, pois na maioria das vezes, as empresas têm vida muito curta, tal o emaranhado tributário nacional e os de requisitos federais, estaduais e municipais, de conselhos regionais, de sindicatos, enfim, todos mais atrapalhando que ajudando a tornar as empresas sadias. O pobre empresário terá que sobreviver em meio às mais estapafúrdias turbulências. Assim, é espetacular como empresas de parentes de políticos dão certo em tudo, angariam substanciosos contratos, atendem a todos os requisitos para se instalarem, e demonstram um dinamismo impressionante. O mínimo que o cidadão indignado pode sentir é um total desprezo pelo que as instituições significam. É incomparável a forma como alguns se distanciam rapidamente de suas origens. Mas, aqueles que até hoje permanecem na busca incessante do sustento da família e ainda enfrentam as frias madrugadas, disputando lugar no trem, no ônibus, de bicicleta ou simplesmente caminhando, não entendem como pode o país ficar nas mãos dos maus, mantidos pelos poderes paralelos que estão em situação propícia de conduzir ou mesmo influenciar nos resultados do pleito, por opinião, indução ou simplesmente por omissão.

Dessa forma, hoje, a TV aberta, ainda detém um poder de persuasão muito grande. Ditam os costumes, impõem novos valores à sociedade boquiaberta, a ver prostrados seus mais recônditos ensinamentos e conceitos consuetudinários, escancarando as realidades de centros que não podem ser os mesmos dos mais longínquos rincões deste enorme país.

De outra forma, deixam cair no esquecimento os folguedos e festas populares, em prol de festejos onde a tendência fala mais alto, privilegiando os interesses dos grandes grupos que detém o poder da comunicação nas mãos.

Lembro aqui o pastor luterano e teólogo alemão Martin Niemöller, que em 1934, durante o regime nazista de Hitler, deixou uma frase, no seu célebre poema “E não sobrou ninguém”, para o pensamento dos anos que se seguiram, tratando sobre o significado do Nazismo na Alemanha:

"Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"

Não estranhem depois, meu povo, se por acaso, quando no ocaso tivermos o dissabor de ver o povo reagindo de forma drástica, contra os desmando dos poderes que tentam aniquilar o maior bem do cidadão no Estado democrático, eis que rasgaram suas mais preciosas leis, criando o anarquismo, a corrupção, empobrecendo o Estado e escravizando o cidadão honrado, e prostrando a educação e a boa índole.

Nada de riqueza cai do céu ou cresce em árvores! Somente o trabalho árduo fará um país rico. Somente o ensino e os livros vão tirar o cidadão da miséria!

Que o uso dos poderes paralelos, como, por exemplo a TV, não contribuam para esse momento, e depois lamentarão, como hoje ocorre em um governo tão próximo, como é o da Venezuela, através de um ditador “democrático” que arma o povo, engana-o com arroubos de valentia, ameaças aos vizinhos a criar fatos para mantê-lo na “media”, e com esse poder estatiza as empresas, gasta a riqueza do país – petróleo, que tem seu fim determinado - de forma vil e inútil, podendo qualquer um enxergar um futuro triste para o povo que acreditou em um louco, e deixou passar a oportunidade de prepararem-se para momento mais promissor, quando o petróleo não mais existirá. Então, não existirá mais nem o precioso líquido e tampouco um povo educado, preparado para melhores dias. Restará a perpetuação da triste sina do 3º. Mundo, a esmolar dos Estados determinados e afeitos ao planejamento de suas economias, com os pés no chão e a visão no alto.

Esse mesmo louco impede que o povo tenha informação, fecha jornais e estatiza a TV, impondo o terror nos empreendedores, que levam a riqueza e o intelecto junto na migração para outros países, onde a liberdade ainda está presente e os acolhe!

Não podemos querer esse triste legado! Não podemos aceitar que até a TV, bandeie-se para o lado da ignorância e propicie “distrações”, sim que distraem o cidadão dos seus mais importantes momentos: a escolha de seus representantes!

ACORDEM, MEUS CONCIDADÃOS!!!!!!!

Marco Antonio Pereira

22.08.2010

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Martin Niemöller, 1933

Martin Niemöller (Lippstadt, 14 de janeiro de 1892 — Wiesbaden, 6 de março de 1984) foi um pastor luterano alemão. Em 1966 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz. Desde a década de 1980 tornou-se conhecido pelo poema "Quando os nazistas vieram atrás dos comunistas".

Filho de um pastor luterano, foi educado para a fidelidade ao imperador e com sentimento patriótico alemão. Depois de concluir o curso colegial, ele ingressou na Marinha como soldado de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comandante de submarino, vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro. Após a guerra, viveu durante algum tempo em Freikorps e estudou Teologia. Em 1931, foi ordenado pastor da Igreja de Santa Ana em Dahlen, subúrbio de Berlim.

Mesmo depois de formar-se em Teologia, ele permaneceu fiel à sua ideologia patriótica e conservadora. Porém, após a subida dos nazistas ao poder, em 1933, Niemöller – então pároco em Berlim-Dahlem – entrou num conflito crescente com o novo governo. Inicialmente, ele concordava com o antagonismo dos Nazistas ao Comunismo e à República de Weimar, mas ficou alarmado com a tentativa de Hitler em dominar a Igreja Evangélica (Luterana ou Reformada) impondo-lhe o movimento neopagão dos "Cristãos Germânicos" da Igreja do Reich e de seu bispo Ludwig Müller [1]. Sendo ele nacionalista e não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas [2], Niemöller protesta decididamente contra a aplicação do "parágrafo ariano" na Igreja e a falsificação da doutrina bíblica pelos cristãos alemães de ideologia nazista. Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, ele criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Engajada) em 1934. A Igreja Engajada recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência Protestante ao regime Nazista.

Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os novos donos do poder. Numa recepção na Chancelaria em Berlim, ele contestou Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:

"Ele me estendeu a mão e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."

Perseguição nazista

A partir deste incidente, Niemöller fica cada vez mais na mira do regime. É observado pela Gestapo e proibido de fazer pregações, o que ele não aceita. Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. No verão de 1937, ele pregava: "E quem como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo – três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimônia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar 'Senhor, tende piedade' de forma bem profunda."

Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Passados cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Tribunal Especial II em Berlim-Moabit. Segundo a acusação, Martin Niemöller teria criticado as medidas do governo nas suas pregações "de maneira ameaçadora para a paz pública", teria feito "declarações hostis e provocadores" sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o "parágrafo do Chanceler" e a "lei da perfídia". A sentença: sete meses de prisão, bem como dois mil marcos de multa.

Os juízes consideraram a pena como cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria assim ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para um campo de concentração. Até o fim da guerra, durante mais de sete anos, Martin Niemöller permaneceu preso – inicialmente, no campo de concentração de Sachsenhausen, depois no de Dachau.

Frases célebres

Niemöller é o autor de uma das mais célebres poemas “E Não Sobrou Ninguém” tratando sobre o significado do Nazismo na Alemanha:

"Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 22/08/2010
Reeditado em 04/08/2013
Código do texto: T2453594
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