MULHERES INDEPENDENTES?

Tava por aí vendo a vida passar. De novo! Diria o poeta. Enquanto jogava bola com meus pequenos passou um marmanjo de trinta me chamando de louco com meus cinqüenta ainda ensinando menino jogar bola. Quando os levei na escola apareceu a esclerosada da diretora que foi minha amiga de infância dizendo que só teve coragem de ter um que morava nos Estados Unidos e passava até ano sem vê-lo. A porta da escola ficou parecendo um filme de ficção. Apareciam pais que não tinham dinheiro nem para comprar uma botina e com o celular em punho dizia para sua esposa que tinha levado até a mochila da criança. Professoras falsamente sorridentes. Não tinha unzinho professor. Só mulher como se o sexo masculino fosse mais incompetente na profissão de ensinar.

Grande reviravolta feminina! Quem sou eu para questionar! O capital precisa da mulher na rua para a família ter mais ganho e com isso consumir mais. E a mulher como ser, merece, porque sofreu muito no passado.

Mas tem uns pequenos detalhes que o capital esqueceu. Na maioria dos seres é a mãe que cria os filhos. Não adianta ninguém se gabar que tem a melhor babá do mundo! Todo filho é da mãe e é ela que tem de criá-lo.

Historicamente, desde os tempos dos primeiros seres, é o homem que vai a caça. Mas o capitalismo selvagem dos tempos modernos quer mais ganho, mais gastos...

Poderia ser presunção minha dizer que tenho dó das mulheres modernas. Quem sou eu para saber por que teve uma querendo que eu fosse a doméstica da casa e que iria pagar uma TV a cabo para ficar vendo bicho o dia inteiro. Quem sou eu.

Só visualizo uma cansada mãe chegar do trabalho e encontra o filho de trinta perante o computador dizendo que estava com muita fome e queria um sanduíche....

JOSÉ EDUARDO ANTUNES