Procuro
Procuro alguém especial
Mas isso beira o impossível
Por que não existe nesse mundo
Uma ferramenta de busca para almas-gêmeas?
Sigo tentando, sempre acreditando
Que quem procura acha
Mas, nesse caso, não se pode achar
Tem que ter certeza
Afinal, é alguém especial
Não um encontrado a granel
Tem que ser aquele alguém
Mas é quase impossível
Outro dia, me doeu o peito
Como se estivesse faltando alguém
Procurei, procurei, e a dor só foi aumentando
Engraçado...
Se o meu maior tesouro está dentro de mim,
Por que será que isso dói?
Às vezes, saio numa procura inglória
Mas só esbarro em devaneios
Nada de muito concreto
Aliás, é cada vez mais difícil encontrar algo concreto
Tudo parece efêmero
Mesmo um beijo, antes imortalizado,
Hoje parece um bibelô na estante
O amor de alguém especial voa na velocidade da luz
E eu continuo num túnel escuro,
Sem ao menos um fósforo para me auxiliar
Eu disse... é uma luta inglória contra a mudança de hábito
A busca avançada foi trocada por outros avanços
O namoro de portão virou televisão a válvula
Coisa nada usual, convencional
Aliás, algo ainda é convencional nesse mundo?
Não que isso seja ruim,
Mas causa estranhesa
Se bem que nem é estranho assim...
Até o Frejat já saiu procurando alguém,
Que fosse bom pra ele...
E ele ainda toca violão,
E eu nem sei escrever direito
[Eu, numa madrugada de chuva]