O VELHO


Sentado na beira de uma calçada lá estava ele. Magro, olhos sem vida, mãos juntas segurando os braços, mãos enrugadas,  porém  limpas.
No rosto uma tristeza visível de dar pena. As calças rotas, camisa leve e todo o frio do mundo. Ele olhava para além, sem nada ver. A impressão era que olhava para dentro de sí mesmo, questionando sua situação.
Aquele velho não tinha mais que 50 anos, parecia totalmente acabado.
Alguém lhe estendeu a mão e deu-lhe um casaco velho, porém o aqueceria naquela noite fria.  Uma senhora comprou uma quentinha e deu para ele comer. Fiquei olhando sem  aceitar uma situação assim. Ele ñão comeu....devorou. Bebeu um copo de leite que acompanhava sua refeição e vi naquele instante lágrimas naqueles olhos foscos, sem brilho, cheio de tristeza. A emoção tomou conta de mim.
Por que tem que ser assim? Por que uns têm tantos que nem sabem como gastar, e outros chegam ao ponto desse velho não tão velho. Quando vi lágrimas em seus olhos por ter recebido a comida imaginei que nem um animal deveria passar por situação de fome, frio, sede, quanto mais uma pessoa.
O que pensava aquele homem tão triste? Teria alguma esperança? Pensaria ele numa vida normal? Uma lástima ver coisas assim acontecerem, nos faz mal e perdemos a fome. Somos culpados? Não....como conssertar um mundo errado?.
Esse era um entre uma multidão de necessitados sem teto, sem roupa acolhedora, sem alimentos.  Somente as lágrimas para aliviar seu coração.
naja
Enviado por naja em 17/09/2010
Reeditado em 03/01/2011
Código do texto: T2504670