As surpresas da vida.

Será que realmente nos conhecemos o suficiente a ponto de saber qual nossa reação diante do inusitado? Eu pensava que sim.

Sim pensava, o tempo se encarregou de mostrar-me nestes 56anos de experiências, muitas não posso negar maravilhosas, entre elas encontrar e viver um grande amor, o nascimento de meus filhos e (as), o nascimento de minhas netas, mas também muitas experiências dolorosas. E refletindo sobre todas elas, fui pega de surpresa, e vi como muitas vezes me equivoquei sobre mim mesma.

Sempre pensei que diante de um assalto teria um enfarto, diante de um acidente me desesperaria, ou me defrontando com uma injustiça ficaria perplexa paralisada. No entanto diante de todas elas minha reação foi totalmente contrária não fui covarde nem fraca. Mas passar mesmo pelo fogo pela perda, perdas de liberdade, de tranqüilidade, paz, harmonia passar pelo fogo do medo do pânico da depressão, ai eu esperneio, me revolto, choro que nem bezerrinhas desmamadas. Fico extremamente frágil, covarde, perco rumo prumo enlouqueço. Mas é ai passando pelo sofrimento e pela dor que acontecem as grandes transformações, o fogo nos lança a sair de nós mesmos a sair da mesmice. É! Não é moleza não! A vida nos lança em situações que jamais imaginamos nem mesmo em nossos maiores pesadelos, é tão difícil lidar com questões emocionais, lidar com as perdas afetivas, pelo menos pra mim é assim me desestrutura totalmente. Já sofri grandes decepções e já me decepcionei comigo mesma por ser assim uma pessoa sensível, mas muito careta para este mundo de hoje graças a Deus, sim graças a Deus porque espero ainda mudar, crescer, espero uma transformação que me faça melhor mais flexível, mas conservando sempre meus valores cristãos isso não desejo abrir mão.

Ainda não sei bem como lidar com toda este modernismo e a bagunça que virou a humanidade, venho de gerações que cultuam os bons conceitos, as virtudes, os valores morais, a honestidade e integridade. Estou completamente fora das estruturas dos tempos de hoje, sinto-me impotente e acho até que por isso mesmo estou sendo até um pouco covarde, preferindo o isolamento, mas é difícil me adaptar sinto-me um peixe fora d'água, ultimamente tenho apreciado mais a companhia dos livros das palavras e da poesia. Estou ainda como a pipoca na panela, espero no fim de tudo passar por esta metamorfose e virar uma pipoca branquinha e feliz, não posso e não quero ser eternamente milho, um puruá de casca dura que se recusa a estourar.

Como a pipoca na panela quente nós também não imaginamos o que somos capazes, não imaginamos o que nos espera e as surpresas que a vida nos prepara.

Hoje sei que por mais que pensamos saber nada sabemos, por mais que achamos estar certas nem sempre estamos o mundo mudou ,mudaram os valores conceitos, a atitude considerada certa agora é errada e o errado hoje é considerado normal, tudo mudou e nos parece estar tudo do avesso, o que pensávamos passa a ser teorias, que nos mesmos pré- programamos.

Como vou reagirei diante de situações que me desestruturam como reagirei diante de situações não convencionais. Quem saberá? Como reagirei diante da dor ou da alegria?Não sei! Não me imagino diante de uma alegria dando pulos que nem macaca,nem fazendo altas algazarras e soltando gritos histéricos.

Mas quem saberá?

Só vivendo o momento para saber.

Mas uma coisa eu sei depois de tudo estou aqui enfrente de um notbook digitando e relatando coisas sobre mim, e o ato de escrever me faz bem estou me descobrindo no mundo das letras e assim também vou me descobrindo desnudando-me defenestrando sentimentos

Vou vivendo meu momento sem extress, nem ansiedades, sem esperar muita de nada, nem de ninguém, sem planos nem muitas expectativas simplesmente vivendo só vivendo com a graça de Deus.

Marilda Corrêa
Enviado por Marilda Corrêa em 17/09/2010
Reeditado em 08/01/2012
Código do texto: T2504764
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