GÍRIA, JARGÃO, BORDÃO

Sabemos que a linguagem não é estática. Ela varia no tempo, como é a o caso da gíria, palavras que entram e saem da moda, de acordo com a época. A gíria é uma linguagem específica de grupo, especialmente dos jovens que, através dela, se identificam dos demais. Quase sempre acaba fazendo parte da linguagem popular. Jargão é uma expressão específica de um grupo profissional, como médicos, advogados, etc., que dá à pessoa autoridade, poder, status. Pode-se dizer que jargão é a gíria profissional.

Gírias e jargões populares estão presentes na literatura e na televisão nacionais. Os livros de Jorge Amado e Érico Veríssimo, por exemplo, são diferenciados exatamente pelas expressões regionais nas falas dos personagens, o que confere um caráter verossímil a história. As gírias e expressões típicas identificam os habitantes de cada lugar. Não se imaginaria um nordestino denominando macaxeira como mandioca ou aipim, que é típico do gaúcho.

As expressões regionais são muito utilizadas por políticos em campanha eleitoral pois, através de uma linguagem coloquial, dão a impressão que vivem na mesma realidade que seus eleitores.

Gírias de novela, expressões do telejornal e slogans do humor criaram um universo próprio na linguagem televisiva , influenciando sobremaneira o falar brasileiro e sendo incorporados ao seu dia-a-dia. O bordão na televisão, especialmente nas novelas, é uma espécie de jargão que, através da popularização, aumenta os níveis de audiência da indústria televisiva.Alguns exemplos:

_ Sinhozinho Malta (Lima Duarte): balançando seu relógio, mostrava seu poder dizendo “Tô certo ou tô errado”.

_ Lulu (Eri Johnson): para sair de uma situação constrangedora, mandava ver um ‘‘Fui!’’ ou ‘‘Bom te ver’’.

_ Uma participante do Big Brother Brasil IV tornou popular a expressão “Ninguém merece".

_ Faustão é identificado pelo “depois dos reclames do plim-plim”.

_ Os programas humorísticos são ricos em bordões :

Ô Psit! Ô da poltrona! Renato Aragão (Didi)

Minha vingança será maligna! Chico Anysio (Vampiro Brasileiro)

Eu só abro a boca quando tenho certeza! Cláudia Rodrigues (Ofélia)

Vem cá, eu te conheço? Maria Clara Gueiros

Eu vou beijar muuuuito! Cáudia Rodrigues (Talia)

Para concluir:

1°) uma expressão cheia de gíria:

"Olha que bicha boa. Aquele armário é muito cagado. Ganhou ela. E aquele curubau comendo pêta? Parece o cão chupando manga!"

A frase “traduzida” seria: “Olha que menina bonita. Aquele rapaz forte é muito sortudo. Ele está com ela. E aquela menina feia comendo biscoito de polvilho? Ela é realmente muito feia!”.

2°) um jargão popular:

“TODO HOMEM TEM UM PREÇO”. No entanto para a honestidade não há preço, não há barganha, não há corrupção, nem corruptores. A dignidade de um ser humano honesto não tem preço, pois seu valor é inestimável. Dessa forma, poderíamos alterar o jargão popular e dizer: TODO HOMEM DESONESTO TEM UM PREÇO, PORQUE A DIGNIDADE JAMAIS SE CORROMPE.

Gíria, jargão, bordão, todo mundo conhece um. As contribuições serão bem vindas e, conforme a quantidade, merecerão uma página especial.

Giustina
Enviado por Giustina em 18/09/2010
Reeditado em 14/02/2014
Código do texto: T2505633
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