VIDA EM JOGO

Tem pessoas que fazem da vida um enorme jogo. Manipula, usa e se deixa usar. Fere e se deixa ferir. Há um enorme prazer na dor em que se sente e que se faz sentir.

Essas mesmas pessoas, rezam para um Deus. acreditam de verdade, se rezarem muito, terá esse Deus como cúmplice. Afinal Ele sempre perdoou e atendeu aos pedidos mediante, trocas de favores, auto-flagelo. Permitiu que matassem e morressem em seu nome, que se escravizasse...Esteve ao lado dos mais fortes, que em seu nome podiam tudo impunemente.

Essas pessoas planejam suas jogadas, cuidadosamente, como um professor que planeja suas aulas, com amplo conhecimento do conteúdo, tem os objetivos gerais e específicos, sempre com precisão. Separa o material didático a ser usado, o tempo de duração da exposição, ao final faz uma avaliação e se for preciso refaz o que não funcionou.

Uma coisa impede que esses jogadores da vida, ganhem sempre. A consciência, as vezes entra em cena, ai a casa cai. Tudo que se pensava está sobre controle desmorona. É preciso rever conceitos. Chorar e reinventar esse Deus, apenas sentir com o coração aberto.

Quando se chega a esse estágio de consciência, estamos perto de sermos felizes de verdade. É hora de deixar as máscaras, e nú, diante do mundo, sentir a delicia que é não usar ninguém, dá forças de verdade, é como está dentro do mar tentando nadar até à praia, por mais que se saiba nadar, não temos forças para ir contra a correnteza, ela sempre nos vencerá, só vamos sair se tivermos calma e sabedoria para espera e nos deixar leva na onda certa, e ao chega na areia, olharemos para o infinito e sentiremos que somos parte desse cenário de vida e sentimos Deus em toda sua plenitude, em todos os lugares inclusive dentro de cada um de nós. Não Aquele manipulador e cruel com os fracos, mas esse suave, que nada pede em troca do amor e da paz. Diante de tamanha descoberta, nos vemos pequenos e ignorantes diante da imensidão do tempo e do espaço, somos crianças, que nada sabe e pensa que tudo sabe e até imagina que pode jogar com os outros, quando o máximo que podemos é jogarmos conosco mesmos, somos donos apenas do nosso querer, quando muito. O outro é um mundo aparte, que não penetramos nem com consentimento. Quando muito podemos apenas brincar de jogar, porque somos crianças na criação e crianças aprendem brincando.

Um dia, em algum lugar, certamente cresceremos e então teremos um pouco de compreensão do nada que sabemos agora.

Glória Cris
Enviado por Glória Cris em 21/09/2010
Reeditado em 09/10/2010
Código do texto: T2512676