SOU VERDE, MAS NÃO SOU PORCO


               Tomei banho de clorofila, esverdiei total, virei um Hulk Tupiniquim. AGORA SOU VERDE!!! Espera um pouco, só não virei porco, afinal isso é geneticamente impossível. Quem sabe em outra vida eu nasça filho de italianos e vista a camisa do Palmeiras.

         Sou PV, sem nunca ter sido, sou PV porque fiquei orfão. Eu era Tucano, mas eles me entregaram aos Chacais Vermelhos e nem sequer recolheram os ossos. Sou PV porque não tenho mais opções dignas, corajosas, que me façam ir às ruas e gritar alto meu desespero. Sou PV porque algo tem que mudar de verdade, ainda que a Marina um dia possa também me trair, mas a vida é assim, temos sempre que buscar o novo, quando o velho já ficou obsoleto.

          Eu era Azul e Amarelo, hoje fundi as duas cores, diluí uma na outra e fiquei verde. De raiva também fiquei, afinal os engravatadinhos cheirosos e plumados desapareceram, foi uma revoada geral, dirigida por um tucano jovem, mineiro, que adora andar de ninho em ninho atrás de femêas jovens. Esse Tucano tem muita testosterona, é só.  Tal Tucano, uma vez mais mijou prá trás, deu de costas ao país pensando somente na sua plumagem.

         Agora sou verde com um título de eleitor que não serve para nada....ups, na verdade faz falta para tirar passaporte, alugar um imóvel, abrir conta em banco, mas não serve para votar. Só no Brasil o título de eleitor serve para um monte de coisas, menos para votar. 

        Minhas filhas me deram uma lição: "Papai, vota no PV, é a melhor opção, a única que pensa na saúde do Planeta e não somente na saúde dos bancos". Treze anos e uma lição para sempre.

         Fiquei verde porque não aguento mais tanto vermelho, tanta raiva contida, tanto ranço. Sou Marina, porque prefiro o mar à Serra, a praia à montanha.

         Votarei verde sim, porém não imaginando a Marina no Palácio do Planlato em 3 meses, e sim uma floresta inteira invadindo cada assento do Congresso e do Senado em 2015. Votar em verde no domingo, poderá ser a única forma de não sermos aprisionados em nosso próprio país com correntes vermelhas.