Dia de eleição - histórias hilárias...

Dia de eleição - histórias hilárias...

Muita gente não gosta do dia das eleições e, nem de votar. Eu gosto das duas coisas, pelo menos para alimentar a ilusão de que as eleições são a chama preciosa de que precisamos para nos livrar de um monte de malas do mundo da política e do governo, mesmo correndo o risco de eleger outros.

Como voto numa cidade do interior, gosto de aproveitar o dia da votação para sentir o clima da coisa, quais os candidatos que estão na boca do povo, os que vão se eleger ou não e, aqueles que foram parar na boca do sapo.

No último dia 03 de outubro, me levantei cedo, entrei na Internet para conferir a última rodada de pesquisas do Datafolha e, bater um papo com a família, pedir uns votos para o meu deputado federal e, depois, sair na companhia de meu irmão (que cantou um voto para o deputado estadual dele), a caminho das nossas sessões eleitorais, para votar.

Meu irmão deu sorte. Não tinha ninguém na fila da sessão eleitoral e, com menos de dois minutos, resolveu tudo. Aí, fomos procurar a minha sessão eleitoral, num outro colégio, onde inclusive estudei. Ao contrário de meu irmão, tive de enfretar uma hora e dez minutos de fila.

Mas, na fila, como todos os eleitores eram mais ou menos conhecidos, o papo rolou solto. E começaram a pintar as histórias engraçadas das eleições.

Um amigo contou uma história interessante: ele disse que, na eleição para prefeito, saiu para votar ali, no colégio estadual, que fica de frente à sua casa.

Depois do voto, ficou por perto, para ver o movimento do dia da eleição no colégio, que estava bem sem graça. Viu um aglomerado de pessoas na calçada - dois cabos eleitorais no meio, mas depois de rápidas conversas, sairam dali, cada um para o seu lado.

Passando um tempo, olhava distraído para o chão, quando notou sobre a calçada um pacotinho de papel. Foi ver o que era e levou um susto: era um maço de dinheiro - exatamente R$ 710,00. Olhou para todos os lados e, não viu ninguém. Então ele apanhou o dinheiro e, esperou que viessem reclamá-lo, mas pessoa alguma veio reclamá-lo. E aí, ficou com a grana.

Ele não teve dúvidas: correu até uma loja de eletrodomésticos e, comprou um fogão de primeira linha -e, diz que ainda sobrou uma graninha para uma viajem que pensava em fazer. Dinheiro achado e não reclamado, não é roubado, dizia ele, gargalhando. E eu respondi: espero que não. E ri, também...

Um amigo que também espera sua hora de votar e estava um pouco mais para trás, na fila de votação, dizia que estava louco para votar logo e, voltar à cidade vizinha onde estava morando por questões profissionais, para tratar de receber o produto da aposta que havia feito com o gerente de sua empresa.

Segundo o que dizia, havia apostado vinte garrafas de cerveja de litro na vitória do candidato de camisa azul já no primeiro turno. Qualquer resultado contrário - aí incluído a disputa de segundo turno com o candidato de camisa vermelha, já dava o direito do outro apostador ir a um supermercado e pegar o produto, cuja entrega estava autorizada por ambos, dependo do resultado das eleições de 03 de outubro.

E foi aí que eu perguntei se ele havia passado os olhos no jornal da manhã, que indicava segundo turno nas eleições para governador, pois candidato de camisa listrada havia subido bastande e, modificado o resultado que vinha sendo indicado nas pesquisas.

Então, ele fechou o semblante e disse: "rapaz, eu liguei pro meu pai, antes de apostar e ele mandou fechar a aposta! Agora, tenho que correr pra ver se, pelo menos, bebo as cervejas com ele...".

Um conhecido que também estava na fila, contou que certo vereador era cabo eleitoral de um candidato a deputado estadual e estava na vila, contratando gente para ir para a rua, distribuir panfletos e santinhos de seu candidato, mas só queria contratar gente que, de fato, estivesse disposta a votar nele, para garantir a convicção no trabalho.

Numa casa, arranjou logo duas senhoras, que se interessaram pelo serviço e, juraram de pés juntos que já eram eleitoras do tal candidato. E elas disseram ao sujeito que, na casa vizinha morava uma irmã que também era eleitora do mesmo sujeito e, que, segundo elas, não poderia ficar fora do serviço, pois ela era muito esperta e, boa de lábia.

Logo, a outra apareceu, trazendo junto a filhinha de 07 anos de idade. Após ser informada do trabalho, disse que estava pronta para trabalhar duro na propaganda eleitoral do futuro deputado estadual.

Então sua sua filha entrou no meio da conversa, dizendo: "Mamãe, a senhora não pode pedir voto para esse candidato, porque a senhora disse que só vota no candidato do prefeito!".

E esta, ouvi de uma colega: certo candidato a deputado federal, currículo padrão "ficha manchada" pediu o apoio de um chefe de uma grande família do interior, que lhe prometeu todos os votos dos filhos e netos. Mas, uma das noras do velho, alardeava que não votaria no sujeito, justamente por causa de seu passado nada recomendável.

O candidato ficou sabendo e ficou danado da vida. Foi até a casa do velho amigo e o informou da situação. O velho chamou a nora na chincha e, esta baqueou e, prometeu votar no cara. Mas, à boca miúda, continuava com as críticas.

No dia da eleição, quando ela saia da sessão eleitoral depois de votar, o candidato a cercou e perguntou, meio magoado: - E aí, fulana: estou rindo ou estou sério na foto da urna eletrônica? Ela gaguejou um pouco e, resolveu se safar da situação retrucando bem alto, para que todos ouvissem: - o senhor, por acaso, não confia na minha palavra? E o outro, bem nervoso, respondeu: - Eu só quero que a senhora descreva como eu estava na foto, da maquininha de voto. A senhora não disse que ia votar em mim? Então?... E aquilo virou uma confusão. Mas, em certa altura, ela declarou: - Ó!, o senhor quer saber? Tava lá na foto, o seu sorriso de boca torta, sim e, aquela camisa listrada horrorosa com os botões quase estourando, por cima da barriga. Passar bem e, não me dirija mais a palavra!...

Um pouco adiante, uma amiga perguntou a ela: - mas, você votou no sujeito que chamava de vagabundo? E a outra: - claro que não! teclei o número dele pra ver a cara do safado. Mas, depois, bati a tecla "corrige" e, teclei depois o número do candidato em quem eu queria votar!

Mas, a melhor das histórias que ouvi, foi contada por um primo, que também estava na fila fe votação. Disse ele que uma senhora muito conhecida na cidade tinha se comprometido com o marido e, com o sogro em votar num determinado candidato candidato a prefeito, ainda que preferisse o um outro, que era pastor da sua Igreja.

Pois bem, no dia da votação, ela saiu junto com o marido e o filho de quatro anos para votar. Chegando na sessão eleitoral, o marido ficou esperando na porta, mas ela teve que levar junto consigo o filhinho para a cabine de votação, pois ele era muito agarrado com ela.

Quando ela digitou o número do candidato a prefeito, apareceu a foto na tela da urna eletrônica e, o filhinho, e cheio de alegria, gritou bem alto, apontando: "Ih, mamãe - olha a foto do Pastor!".

Alguma diversão para o eleitor, no dia da eleição. Porquê, depois, quem se diverte com o eleitor são os candidatos eleitos, não é verdade?